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Economia

"Os números serão negativos", diz ministro do Trabalho sobre dados do Caged

Manoel Dias disse que as pessoas estão adiando compras
Marli Moreira – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 21/08/2015 - 12:41
São Paulo
Carteira de trabalho
© Marcello Casal JrAgência Brasil

O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, disse hoje (21) que os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) vão apontar, novamente, para redução de postos de trabalho. “Os números serão ainda negativos, mas a nossa expectativa é que, até o final do ano, vamos retomar [o crescimento dos empregos]”. Os dados são referente ao balanço de julho e serão divulgados hoje (21), às 15h.

Essa retomada, segundo o ministro, deve vir do aporte de recursos que o governo vem fazendo para estimular as atividades. Ele citou como exemplo a liberação de R$ 3,1 bilhões do Banco do Brasil para o setor automotivo. Lembrou também que, por meio do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), estão sendo feitos investimentos recordes na construção civil que totalizam R$ 130 bilhões neste ano, dos quais R$ 84 bilhões para moradias populares. Só com estes recursos, Dias estima que serão gerados 3,7 milhões de novos postos de trabalho no Brasil.

Ainda entre as medidas citadas pelo ministro como indutoras da retomada do crescimento econômico, estão os financiamentos a microempreendedores e empreendedores individuais por meio de repasses do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Segundo ele, existem R$ 30 bilhões disponíveis. “No ano passado só para empreendedores individuais emprestamos R$ 12 bilhões e tem mais R$ 12 bilhões para este ano, que podem ser financiamentos de pequeno valor – de R$ 2 mil, de R$ 3 mil”, disse ele.

O ministro citou também uma pesquisa indicando que 64% dos jovens sonham ter o próprio negócio e, em um momento de dificuldade para conseguir emprego, essa pode ser uma alternativa. Os canais de relacionamento com os jovens interessados incluem agências de correios, o Banco do Brasil e agências da Caixa Econômica Federal.

Quanto ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE), ele revelou que duas empresas já formalizaram as adesões de acordos entre patrões e empregados e que mais 20 fizeram requerimento para os registros – a maioria do setor de autopeças.

Manoel Dias disse ainda que as pessoas estão adiando compras e outras ações que poderiam aquecer a economia por falta de confiança criada “por uma campanha negativa, exasperada, com conotação política”, e lembrou que, nas eleições presidenciais, “houve a vitória de uma candidata, mas as pessoas não querem respeitar e pregam a ruptura do processo democrático”.

O ministro do Trabalho deu essas declarações logo após participar de um encontro tecnológico da Google, o Google Day, com representantes de empresas estatais sobre ferramentas que podem agilizar as transmissões de dados nas atividades corporativas. Segundo Dias, todos os serviços prestados pelo ministério já estão automatizados e, até o final de outubro, os trabalhadores de todo país contarão com o agendamento eletrônico de serviços, evitando filas.