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Economia

Sindicato estima em mais de 500 as demissões na GM de São José dos Campos

Camila Maciel - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 12/08/2015 - 16:51
São Paulo
Pátio da montadora
© Marcelo Camargo/Agência Brasil

Mais de 500 metalúrgicos foram demitidos na fábrica da General Motors (GM) em São José dos Campos, segundo estimativa do sindicato da categoria, baseada no número de trabalhadores que procuraram a entidade para informar a demissão até agora.

A GM não divulga o número de dispensas, mas o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região informou que deve aumentar, pois empregados da unidade continuam recebendo telegramas de desligamento.

“Os números levantados pelo sindicato confirmam que a General Motors está realizando uma demissão em massa na planta. Isso acontece sem nenhuma tentativa de diálogo com os trabalhadores, o que é inadmissível. Por isso, cobramos a abertura de negociações”, declarou, em nota, o presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros, conhecido como Macapá.

Os trabalhadores entraram em greve por tempo indeterminado na segunda-feira (10) contra as demissões na GM e para pressionar a empresa a abrir negociação. De acordo com o sindicato, os cortes representam 10% dos empregados da unidade. “É inaceitável, diante de todos os incentivos fiscais recebidos pela montadora. Por isso, cobramos a intervenção dos governos municipal, estadual e federal no sentido de garantir os empregos”, afirmou Macapá. No total, são 5,2 mil trabalhadores na unidade de São José dos Campos, que atuam na produção dos modelos S10 e Trailblazer, além de motores, transmissão e kits para exportação.

Na manhã de hoje (12), os metalúrgicos fizeram assembleia com a participação de parentes dos demitidos. Uma manifestação está marcada para esta sexta-feira (14), a partir das 8h, em frente à montadora. Os empregados da GM pedem a reversão das demissões e estabilidade no emprego.

Na segunda-feira (10), quando começou a greve, estava previsto o retorno de 798 empregados que estavam afastados pelo sistema layoff (suspensão temporária do contrato de trabalho) desde o último dia 9 de março. Estes têm estabilidade garantida por mais três meses.

A GM informou que não divulga o número de dispensas e tem procurado evitar demissões recorrendo a férias coletivas, layoffs e programas de desligamento voluntário: “No entanto, essas medidas não foram suficientes diante da expressiva redução da demanda no mercado brasileiro, que registra queda em torno de 30% desde janeiro do ano passado”. Para a empresa, “a paralisação da operação da fábrica só contribui para agravar a séria crise que afeta hoje a GM e a indústria automotiva”.

Ainda segundo a nota da GM, cujo texto é o mesmo da enviada no primeiro dia da greve (10), os desligamentos visam a adequar o quadro da empresa à realidade do mercado, com o propósito de resgatar a competitividade e viabilidade do negócio. A montadora diz que lamenta a greve e que se mantém disponível para dialogar e encontrar alternativas para manter a unidade competitiva em um contexto de grande transformação no mercado brasileiro.