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Economia

Mercedes-Benz põe trabalhadores em licença e estuda ajustes para setembro

Camila Maciel - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 05/08/2015 - 19:23
São Paulo

Trabalhadores da área produtiva da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, entrarão nesta sexta-feira (7) em licença remunerada que irá até o dia 21 deste mês. A montadora informou que está adotando medidas para gerenciar o pessoal excedente – cerca de 2 mil – há pelo menos um ano e estuda novos ajustes a partir de 1º de setembro.

A empresa negociou com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC a adesão ao Plano de Proteção ao Emprego (PPE), do governo federal, mas a proposta foi rejeitada por 74% dos empregados da unidade no início de julho. O PPE permite a redução temporária da jornada de trabalho, com diminuição de até 30% do salário. Para isso, o governo arca com 15% da redução salarial.

O sindicato do ABC disse que não aceitará demissões. Cinco das seis montadoras de veículos da região estão em São Bernardo do Campo: Volkswagen, Ford, Mercedes-Benz, Scania e Toyota. Ao todo, a base do sindicato soma cerca de 90 mil trabalhadores. A entidade informou que, de janeiro a maio, cerca de 4 mil postos de trabalho foram fechados.

Nas demais montadoras, a situação permanece a mesma. A Ford informou que está com um programa de demissão voluntária (PDV) em aberto até esta sexta-feira (7) na unidade de São Bernardo do Campo. Em julho, foram feitas paradas temporárias na fábrica para ajustar o ritmo de produção à demanda.

Em melhor situação estão as montadoras Scania e Toyota, onde não houve demissões, nem uso de mecanismos temporários para equilíbrio da mão de obra, como layoff, férias coletivas ou banco de horas. A Volkswagen não atendeu ao pedido de informações da reportagem até a publicação desta matéria. Nenhuma das montadoras informou novidades em relação do PPE.

PPE assinado em autopeças

O sindicato do ABC fechou hoje (5) o primeiro acordo com PPE com a empresa de autopeças Rassini Automotive. A proposta foi aprovada por unanimidade e vai impactar 550 trabalhadores da fábrica. O acordo coletivo prevê a redução de 15% da jornada de trabalho com igual redução dos salários e a complementação pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) de metade dessa redução salarial (7,5%).

O acordo de adesão ao PPE na Rassini terá duração de quatro meses. Com isso, os trabalhadores terão garantia de emprego até 31 de janeiro de 2016. O programa poderá ser prorrogado por até oito meses.

São Caetano e Santo André

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano informou que está em contato com a General Motors (GM), principal empregadora do município, para negociar o retorno dos 1.028 trabalhadores que estão em layoff até outubro. Segundo o sindicato, a categoria tem 14 mil trabalhadores, sendo cerca de 10 mil apenas na montadora. A reportagem entrou em contato com a GM, mas não houve retorno até a publicação da reportagem.

Em Santo André e Mauá, onde 80% dos metalúrgicos atuam no setor de autopeças, o sindicato tem expectativa de que as empresas procurem o sindicato para assinar acordos nos termos do PPE a partir de agosto. Desde o final do ano passado, cerca de 2,5 mil pessoas foram demitidas nos dois municípios, segundo estimativa da entidade.


Fonte: Mercedes-Benz põe trabalhadores em licença e estuda ajustes para setembro