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Economia

Com exportação e tecnologia, lingerie dribla a crise na região serrana do Rio

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 06/07/2016 - 17:48
Rio de Janeiro


Compradores da América do Sul, Europa e Estados Unidos participaram hoje (6) da abertura da 26ª Feira Brasileira de Moda íntima, Praia, Fitness e Matéria-prima (Fevest 2016) em Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro,  que tem conseguido driblar a crise econômica do país por meio da exportação e da adoção de tecnologia na produção de tecidos que priorizam o conforto dos consumidores e se destacam pelas características de respirabilidade e elasticidade.

Essa explicação é do presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Nova Friburgo e Região (Sindvest), Marcelo Porto, que organiza o evento com apoio de outras entidades “O que a gente tem feito são produtos com tecnologia e diferencial em design, que agregam valor e dão a oportunidade de a mulher se sentir diferente, no sentido da sensualidade. São tecidos tecnológicos que evitam odores, por exemplo”.

As peças são feitas também visando adequação à nova mulher brasileira, com tamanhos especiais, diz ele. Porto informa que a utilização desses tecidos tecnológicos, de maior valor agregado, conseguiu elevar em 32% as exportações de lingerie da região. “O produto diferenciado é o que tem vendido. As empresas que conseguiram se diferenciar, estão tendo oportunidade de crescer”, afirma.

O polo de moda Íntima de Nova Friburgo e Região é integrado por 1.904 empresas de 13 municípios, que respondem pela geração de 30 mil empregos diretos e indiretos em toda a cadeia produtiva. As pequenas confecções que integram o polo respondem por mais de 25% da produção do mercado nacional e a ideia é “tentar aumentar cada vez mais”, segundo Marcelo Porto.

Exportações

Levantamento da Federação das Indústrias do estado (Firjan) revela que a região centro-norte fluminense, onde está situado o polo de Nova Friburgo, exportou 32% a mais de moda íntima em 2015 em comparação a 2014, subindo de US$ 762 mil para US$ 1 milhão. Os dados se baseiam em estatísticas da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento.

Houve expansão em todos os produtos exportados, com destaque para sutiãs. O preço médio dos produtos fabricados na região passou de US$ 72 o quilo (kg) para US$ 118/kg, com crescimento de 64%. A média de preços para o mercado exportador em todo o estado é de US$ 33/kg. A maior valorização foi registrada nos sutiãs, cintas e espartilhos, da ordem de 151%.

De acordo com a Firjan, os números reafirmam o Polo de Nova Friburgo e Região como a capital da moda íntima do país, ao mesmo tempo em que destacam a importância da Fevest para o setor fluminense. “A parceria com a Fevest reforça nosso compromisso de apoiar a cadeia da moda”, afirmou o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira. “O setor é o segundo maior empregador da indústria fluminense. Está presente em praticamente todas as regiões do estado e tem Nova Friburgo como um de seus destaques”, acrescenta Vieira.

O estado do Rio de Janeiro tem 26.667 estabelecimentos formais na cadeia da moda, que empregam 195.797 trabalhadores com carteira assinada, dos quais 52,5 mil no setor de confecção. A região centro-norte fluminense corresponde a 24% do total de empregados, de acordo com a última Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) disponível.

Nos dois últimos dias da feira (9 e 10), a Fevest promete inovar, abrindo pela primeira vez as instalações para o público, que poderá comprar direto das confecções, com preços promocionais. Na edição do ano passado, a feira gerou negócios no valor de R$ 48 milhões para as empresas da região e este ano, a expectativa é de um movimento de R$ 54 milhões.