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Economia

Associação de cerealista estima para agosto início da queda do preço do feijão

Ana Cristina Campos - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 07/07/2016 - 16:04
Brasília
Sementes de feijão
© Marcello Casal Jr./ABr

O diretor de Relações Institucionais da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (Acebra), Roberto Queiroga, disse hoje (7) que o preço do feijão deve começar a cair em agosto, quando começa a colheita da terceira safra do produto.

“O consumidor vai começar a perceber queda do preço na gôndola com a terceira safra que vai entrar agora no mês de agosto. A partir de julho, já terá alguma acomodação em relação a preço. Essa é a expectativa. Em agosto, isso será mais percebido pelo consumidor”, afirmou Queiroga, após reunião de representantes de 20 câmaras setoriais e temáticas do agronegócio com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi.

Para o representante da Acebra, a importação do produto não trará impacto no preço, porque o feijão carioca, o mais consumido no país, não é produzido no mercado externo.

“O feijão carioca é uma característica própria do mercado brasileiro. Para o feijão preto, não vamos ter grandes problemas no abastecimento. O problema é o feijão carioca. O que vai atuar no preço é a produção no mercado interno da terceira safra que está chegando”, acrescentou.

No mês passado, o governo federal autorizou a importação de feijão de alguns países, com o objetivo de reduzir o preço do produto. O alimento teve elevação de preço devido a fatores climáticos que afetaram a safra ao longo do primeiro semestre.

Brasília - O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, se reúne com presidentes de câmaras setoriais e temáticas do agronegócio (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Para Blairo Maggi,a queda na estimativa de produção de grãos é normalArquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil


Safra de grãos

Para o ministro Blairo Maggi, a queda na estimativa de produção de grãos da safra 2015/2016 divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é “absolutamente normal”.

“Quem faz agricultura lida com clima. Nós não controlamos isso. Quando tudo corre bem, aumentamos a produtividade. Em anos ruins como esse, um ano de El Niño, com muita seca de um lado e excesso de chuvas do outro, é normal”, afirmou o ministro.

A produção brasileira de grãos da safra 2015/2016 deve chegar a 189,3 milhões de toneladas, 8,9% menor que a anterior (207,7 milhões de toneladas), de acordo com o 10º levantamento da safra de grãos, divulgado nesta quinta-feira pela Conab.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também divulgou hoje estimativa menor para a safra de grãos. As projeções mensais que o IBGE faz para a safra brasileira de grãos deste ano continuam em queda e indicam que 2016 pode fechar com uma safra 8,4% menor do que a do ano passado, que foi de 209,4 milhões de toneladas.