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Economia

JBS anuncia férias coletivas em 10 unidades e confederação manifesta preocupação

Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 29/03/2017 - 17:15
Brasília

O impacto da divulgação, pela Polícia Federal (PF), das suspeitas de irregularidades no processo de fabricação e fiscalização da carne brasileira e seus derivados e a consequente queda nas vendas motivou a JBS, uma das companhias investigadas, a dar 20 dias de férias coletivas a empregados de dez de suas 36 unidades de abate de bovinos em funcionamento no Brasil.

Em nota divulgada hoje (29), a maior processadora de carnes do mundo informa que a medida entrará em vigor na próxima segunda-feira (3) em uma planta industrial de São Paulo, três em Mato Grosso do Sul, uma em Goiás, quatro em Mato Grosso e uma no Pará.

Unidade da empresa JBS na cidade da Lapa, no Paraná. A empresa é um dos alvos da Operação Carne Fraca, que investiga irregularidades em frigoríficos no país (Ueslei Marcelino/Reuters/Direitos reservados)

Unidade da empresa JBS. A empresa é um dos alvos da Operação Carne Fraca, que investiga irregularidades em frigoríficos no país Ueslei Marcelino/Reuters/Direitos reservados

De acordo com a empresa, a retração nas vendas de carne bovina no mercado interno nos últimos dez dias e os embargos temporários impostos à carne brasileira por aluns países tornaram a medida necessária e imprescindível para “ajustar os volumes de produção e normalizar os níveis de estoques de produtos e reescalonar a programação de embarques de produtos para os clientes do mercado externo”.

Os 20 dias previstos inicialmente podem se estender por mais dez. A JBS disse estar empenhada na manutenção do emprego de seus 125 mil colaboradores em todo o Brasil.

Empregos no setor

Também em nota, a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (Cnta) manifestou preocupação com a concessão de férias coletivas por parte da JBS. Em audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal nessa terça-feira (28), a entidade já tinha proposto a criação de um compromisso público-privado pela manutenção dos empregos no setor, por pelo menos seis meses.

“Entendemos que o trabalhador não pode pagar pelas consequências de atos que não foram cometidos por eles e que o governo deve intervir junto aos frigoríficos, principalmente, aqueles ligados aos grupos JBS, que foram financiados com verba pública e, inclusive, contam com participação acionária do BNDES”, argumenta a Cnta.