Brasil fica isento da tarifa de aço dos EUA, mas não da de alumínio
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou hoje (31) que vai impor tarifas de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio importados de países da União Europeia e do Canadá e México, seus parceiros no Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte). As novas tarifas entram em vigor nesta sexta-feira (1º). Brasil, Argentina e Austrália continuam isentos das tarifas de aço, mas o Brasil não aparece na lista dos países que continuam isentos da de alumínio.
A escolha pela tributação, ao invés de um sistema de cotas, foi uma opção da indústria do alumínio.
Segundo nota do Ministério das Relações Exteriores, divulgada no início deste mês, "os representantes do setor de alumínio indicaram que a alternativa menos prejudicial a seus interesses seria suportar as sobretaxas de 10% inicialmente previstas. Já os representantes do setor do aço indicaram que a imposição de cotas seria menos restritiva em relação à tarifa de 25%".
Alguns dos países atingidos pela tarifação estão entre os maiores parceiros políticos dos Estados Unidos. A razão apontada pela Casa Branca para a imposição das tarifas foi “proteger a segurança nacional dos efeitos do excesso de oferta global de aço e de alumínio”.
Nesta quinta-feira, o governo americano disse que tentou negociar com alguns países para rever pontos que considera prejudiciais à segurança nacional, mas ressaltou que não obteve resultados em todos os casos.
Aço
No dia 30 de abril, um acordo com a Coreia do Sul foi fechado sobre a questão da tarifa sobre o aço, e hoje foram confirmados os acordos com o país e com a Austrália, a Argentina e o Brasil. Haverá imposição de cotas, ou limites quantitativos, à exportação do produto por esses países.
“Os Estados Unidos, no entanto, não conseguiram chegar a um acordo satisfatório com Canadá, México e União Europeia, depois de ter repetidamente atrasado a implementação das tarifas para dar mais tempo para as discussões”, acrescenta o comunicado da Casa Branca.
Alumínio
Argentina e Austrália também fecharam acordo sobre o alumínio. No dia 22 de março, os Estados Unidos anunciaram que estavam negociando com Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, México, Coreia do Sul e União Europeia alternativas para lidar com a questão das importações do produto. As tarifas foram suspensas até 1º de maio.
No dia 30 de abril, o governo anunciou que tinha entrado em acordo com Argentina, Austrália e Brasil, e as isenções foram estendidas para esses países. Hoje, o documento da Casa Branca só menciona Argentina e Austrália entre os países que serão isentos das taxas sobre o alumínio, portanto, o Brasil passa a estar entre os países que terão que pagar tarifas de 10% para exportar o produto aos Estados Unidos.
Histórico
Em janeiro deste ano, o Departamento de Comércio norte-americano divulgou dois relatórios em que recomendava ao governo dos Estados Unidos rever suas políticas de importação de aço e de alumínio por questões de segurança nacional.
Segundo o anúncio de hoje, a justificativa é que “mais fechamentos da capacidade de produção doméstica iriam resultar em uma situação em que os Estados Unidos ficariam incapazes de responder à demanda para defesa nacional e infraestrutura crítica em caso de emergência nacional”.
Pouco tempo depois de anunciar as novas tarifas no dia 8 de março deste ano, Trump havia entrado em negociações e suspendido temporariamente a aplicação de tarifas sobre os dois itens para uma lista de países que incluía os da União Europeia, além de Canadá, México, Coreia do Sul, Austrália e Brasil.
O texto foi ampliado às 18h04