Construção civil deve impulsionar economia, diz ministro das Cidades
O Ministro das cidades, Alexandre Baldy, informou nesta sexta-feira (14) que o governo federal reduziu em mais de 80% o estoque de obras paralisadas no âmbito do programa Minha Casa, Minha Vida.
Segundo ele, havia 181 mil unidades com a construção paralisada em 2011, oriundas de contratos feitos entre 2006 e 2011, das quais agora restam 29 mil, sendo que boa parte delas está parada por questões judiciais.
Ele deu essas informações ao participar do Fórum Brasileiro das Incorporadoras, evento da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), no hotel Renaissance. Na avaliação do ministro, todos os indicadores mostram que o governo federal conseguirá cumprir a meta de fechar 2018 com a contratação de 700 mil novos projetos em âmbito do programa.
“Vamos encerrar o ano com bons resultados”, disse ele, destacando que esse segmento representou mais de 80% do crescimento do setor da construção civil.
A exemplo dos demais participantes, Baldy defendeu que a retomada do crescimento do setor imobiliário depende de medidas que possam alavancar a economia gerando renda para que as famílias possam financiar os seus imóveis. Para o ministro, é essencial acabar com a insegurança jurídica por meio da aprovação do projeto sobre o distrato, que estabelece regras em caso de desistência da aquisição de imóveis na planta. Essa matéria tramita no Senado e, conforme o ministro, existe a possibilidade de que seja votada ainda neste ano.
Outras ações que considera fundamentais para resgatar o crescimento econômico são o ajuste fiscal e a aprovação da reforma da Previdência. Presente nesse mesmo evento, o presidente do Banco de Desenvolvimento Econômico e social (BNDES), Dyogo de Oliveira, afirmou que a volatilidade cambial do momento que elevou o valor do dólar para R$ 4,19 no dia de ontem (13), é um acontecimento normal em período eleitoral, mas que “a economia brasileira está em estado de evolução e que não dá mais para voltar para trás”.
Segundo o executivo, 25% dos investimentos são aplicados no setor imobiliário e somando com o segmento de infraestrutura, representam 50%. Para Oliveira, esses segmentos vão permitir a retomada do crescimento e, independentemente, do governo eleito, essas áreas merecerão atenção necessária. A questão, conforme explicou, é buscar mecanismos de captação para injetar no setor. Para se ter uma ideia da capacidade de investimentos, só as aplicações em Fundos de Renda Fixa alcançam R$ 6 trilhões.
Redução de juros
Como forma de estimular o setor, a Caixa Econômica Federal anunciou hoje que a partir do próximo dia 24 os juros para aquisição de imóveis avaliados em até R$ 1,5 milhão serão reduzidos em 0,75 ponto percentual, passando de 9,5% para 8,75%.
Para o presidente da Caixa, Nelson Antônio de Souza, o recuo vai facilitar o acesso à casa própria e antecipar as condições negociais da Resolução nº 4.676/18 do Conselho Monetário Nacional (CMN). "As mudanças propostas pelo Governo significam novas oportunidades para o setor imobiliário. O objetivo é melhorar as condições de financiamento para nossos clientes em todo país e continuar fomentando a retomada de investimentos do setor da Construção Civil", disse ele.
A CEF oferecerá um novo serviço de Avaliações de Imóveis, disponibilizando laudo diretamente para pessoas físicas e jurídicas. O CAIXA Avalia é uma plataforma que vai permitir a venda de avaliações pelo site da instituição com contratação 100% digital.
*Matéria alterada às 20h32 para correção de informação no penúltimo parágrafo. O atual presidente da Caixa é Nelson Antônio de Souza e não Gilberto Occhi, conforme informado anteriormente