Nos EUA, Bolsonaro destaca interesse em parcerias e aproximação
Em discurso durante o evento "Brazil Day", em Washington (EUA), presidente Jair Bolsonaro destacou hoje (18) a aproximação do Brasil com os Estados Unidos e indicou que há abertura para incrementar parcerias comerciais e estratégias entre os dois países. Organizado na Câmara de Comércio dos Estados Unidos, o encontro fez parte da agenda do presidente brasileiro na visita oficial ao país. Bolsonaro se reúne amanhã (19) com o presidente norte-americano Donald Trump, na Casa Branca.
"Hoje os senhores têm um presidente amigo dos Estados Unidos que admira esse país maravilhoso, e quer, sim, aprofundar, não apenas laços de amizade, bem como as mais variadas negociações. O Brasil tem um potencial enorme, precisamos de bons parceiros. Temos, no mundo todo, alguns bons parceiros, mas acredito que, de forma especial, estou aqui estendendo as minhas mãos, e tenho certeza que Trump fará o mesmo amanhã, para que essa parceria se faça cada vez mais presente em nosso meio", afirmou o presidente para uma plateia formada basicamente por empresários e investidores norte-americanos.
Parcerias
Em seu discurso, que durou pouco mais de 9 minutos, o presidente citou o interesse de seu governo em parcerias com os Estados UNidos, a exemplo da Assinatura do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) que permitirá o uso comercial de Base de Alcântara, no Maranhão, para o lançamento de satélites norte-americanos.
"O Brasil tem muito a oferecer e eu gostaria muito de fazer parcerias, muito mais do que o assinado há pouco - sobre o Centro de Lançamento de Alcântara -, nas mais variadas áreas: mineralogia, agricultura, biodiversidade, temos uma imensidão a ser descoberta em nossa Amazônia. Gostaríamos, e muito, de ter a parceria desse Estado o qual eu admiro muito", acrescentou.
Venezuela
Bolsonaro também abordou a crise na Venezuela e disse que espera contar com apoio do governo dos Estados Unidos para, segundo ele, "libertar" o povo venezuelano.
"Temos que resolver a questão da nossa Venezuela. A Venezuela não pode continuar da maneira como se econtra, aquele povo tem que ser libertado, e acreditamos e contamos, obviamente, com apoio norte-americano para que esse objetivo seja alcançado", afirmou.
Família
No discurso, Bolsonaro afirmou que alguns de seus ministros constituem uma família e citou o ministro da Economia, Paulo Guedes, como exemplo. O presidente disse que eleição foi um verdadeiro "milagre", já que, segundo ele, sofreu com oposição de setores da mídia e com notícias falsas, as chamadas fake news.
"Tínhamos fake news contra, grande parte da mídia brasileira também contra, não tínhamos tempo de televisão e só arranjamos um partido político meses antes [das eleições], porque a política, no Brasil, eu acredito que tem muito a melhorar. Mas a guinada da esquerda para a centro-direita fez a diferença, o povo cansou-se do toma lá dá cá e o péssimo exemplo dos governos do PT".
Ao final de seu discurso, Bolsonaro falou em unidade entre Estados Unidos e Brasil e citou valores cristãos compartilhados entre os países. "Juntos, podemos fazer muito e essa essa união, até pela proximidade, Brasil e Estados Unidos, alavancaremos mais ainda não só a nossa economia, bem como os valores que, nos últimos anos, foram deixados para trás. Acreditamos na família, acreditamos em Deus, somos contra o politicamente correto, não queremos a ideologia de gênero, queremos um mundo de paz e liberdade."
Antes do discurso do presidente, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, fez uma breve apresentação de Bolsonaro e seu governo. Segundo Araújo, Bolsonaro é um "líder transformador" e tem ajudado o país a se unir em torno da ideia de pátria.