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Economia

Vendas do comércio no Rio variam do otimismo ao pessimismo

Shoppings e lojas de rua preveem redução nas vendas
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 24/12/2020 - 15:57
Rio de Janeiro
comércio de rua no Rio de Janeiro
© Reuters/Pilar Olivares/Direitos Reservados

As vendas de Natal no Mercadão de Madureira, um dos mais populares da cidade do Rio de Janeiro, têm sido muito boas, contrariando as expectativas, segundo informou hoje (24) o diretor de marketing do estabelecimento, Marcelo Durval. “As vendas surpreenderam a gente no mês de novembro e continuaram em dezembro. O mercado ficou bem cheio de consumidores, como há muito tempo a gente não via. Foi muito bom”. 

Durval disse, entretanto, que o movimento registrado em novembro não deu para recuperar todas as perdas do período em que as lojas estiveram fechadas, por força da pandemia do novo coronavírus (covid-19), mas “foi um alento muito bom para todos os lojistas do Mercadão de Madureira”.

A estimativa é que as vendas deste final de ano serão maiores em até 6% em relação ao ano passado. Cosméticos e bebidas têm sido os presentes mais procurados pelos consumidores, que adquirem também artigos para a confecção de artesanato para produção de presentes e futuros negócios, entre os quais chocolate e peças para bijuterias.

Saara

O presidente do Polo Saara, que reúne o comércio popular do centro da capital fluminense, Eduardo Blumberg, disse que as vendas de hoje (24) para o Natal foram melhores que o esperado, embora seja um dia de meio expediente.

Apesar de não terem fechado ainda os números, Blumberg estimou que as perdas em comparação a 2019 deverão ser, no máximo, de 5%. Brinquedos e produtos para o lar, como cama, mesa e banho, estão vendendo muito, disse.

Shoppings

Os shoppings Nova América, Boulevard, Botafogo Praia, Madureira e Nova Iguaçu, registraram aumento nas vendas em relação às semanas anteriores. A expectativa é fechar as vendas com redução entre 3% e 5%, em relação a 2019.

O diretor de marketing da rede que administra os shoppings, Diego Marcondes, informou que o segundo semestre é tradicionalmente mais forte para o setor. "Nossa aposta é que os consumidores ajustem seus orçamentos para priorizar quem vão presentear neste Natal e invistam mais para agradar aquela pessoa especial, aumentando o ticket médio da data”, disse. Dentre os itens mais procurados, estão calçados, vestuário, brinquedos, perfumaria, artigos de beleza, bijuteria e telefonia.

CDL Rio

O Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL Rio), ao contrário, se mostra pessimista quanto ao movimento do comércio de rua no final deste ano. “Nós não temos números ainda, mas o nosso feeling [percepção] é negativo”, disse o presidente da entidade, Aldo Gonçalves.

Ele disse que o movimento nas vendas neste Natal da pandemia do novo coronavírus não está alcançando os resultados de anos anteriores. Segundo Gonçalves, isso decorre por causa do desemprego. “As pessoas não podem comprar, não podem consumir. Isso está afetando muito”, disse, acrescentando que, com o desemprego, houve redução do poder aquisitivo da população. “As pessoas estão gastando menos e isso está afetando negativamente o comércio”. As vendas do Natal serão negativas, avaliou.

Supermercados

A Associação dos Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj) espera aumento de 5% nas vendas para o Natal e o Ano-Novo, em comparação ao ano passado. A expectativa é de aumento de 40% na busca por aves natalinas, 30% para pão de rabanada, e 20% para o tender. Apesar de muitas marcas serem importadas, os supermercadistas esperam incremento da procura por azeite em torno de 17%. A venda de panetones deve crescer 15%, de frutas em geral, 14%, e do bacalhau, 9,40%.

No setor de bebidas, a aposta é na expansão da venda de gins e outros destilados em torno de 45%, seguidos pelos vinhos com 36%, destacando os tipos nacionais, que tendem a ter sua busca incrementada em 15%.

O presidente da Asserj, Fabio Queiroz, avaliou que as famílias vão usar o alimento para compensar o ano que foi bastante difícil em razão da pandemia. “Vão reduzir quantidades para não abrir mão do que desejam. Com o dólar alto, produtos nacionais e de mercados mais próximos ganham protagonismo. Terão menos vinhos da Europa e mais do Brasil e da América do Sul”.