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Economia

Censo permitirá planejar políticas públicas mais eficientes, diz Tebet

Resultado preliminar da pesquisa é um raio X do Brasil presente
Cristina Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 28/06/2023 - 17:31
Rio de Janeiro
José Rosa Xavier, Sebastião Ferreira da Silva e Almerinda de Jesus Ferreira, moradores mais velhos da comunidade quilombola de Pedra Bonita, no Alto da Boa Vista, região norte do Rio. Censo demográfico do IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e
© Tânia Rêgo/Agência Brasil

Depois de 13 anos, estão atualizados os dados para saber qual é o Brasil que existe atualmente, com os números da população, informações sobre onde moram as pessoas e sobre o que o país quer para o futuro, afirmou, nesta quarta-feira (28), a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. Para ela, o Censo 2022 foi desafiador, levou mais tempo que o necessário e passou por um período conturbado.

Simone Tebet lembrou que, ao assumir a pasta do Planejamento e Orçamento, autorizou a liberação de mais R$ 380 milhões de crédito adicional, que permitiram a conclusão dos trabalhos, inclusive com a coleta de dados de mais de 12 milhões de pessoas.

Para a ministra, a credibilidade do censo vai permitir que a sociedade civil, a iniciativa privada e o poder público possam, com base nos dados oficiais, planejar o futuro.

“Este é o raio X para o Brasil do presente, que é apresentado agora para todos os brasileiros. Este Brasil do presente vai ter agora uma carta náutica, uma bússola para que possamos fazer políticas públicas eficientes. Para que a iniciativa privada possa colocar investimentos no lugar certo para gerar emprego e renda, e nós, do poder público, possamos colocar o orçamento federal em políticas públicas, para que cheguem lá na ponta a quem realmente mais precisa”, disse Simone, em vídeo transmitido na cerimônia de lançamento dos Primeiros Resultados do Censo 2022, no Museu do Amanhã, região portuária do Rio de Janeiro.

Homenagens

Laís Torres Medeiros foi agente censitária supervisora na cidade de Espera Feliz, em Minas Gerais, e atuou como recenseadora em mais três cidades mineiras. Após encerrar o trabalho em seu estado, Laís foi convidada a ajudar no recenseamento, dando suporte na locomoção dos agentes nas cidades de Sorriso e Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso. Ela recebeu um troféu pelo trabalho realizado.

“Não foi só um trabalho. Foi uma família que eu ganhei neste Brasil, junto com a oportunidade de conhecer tantas variedades no Brasil, culturas diferentes e povos diferentes. Fiquei imensamente honrada de ter participado um pouquinho dessa estatística para trazer os dados e a realidade social de que o Brasil precisa programar as políticas públicas para os próximos dez anos”, disse a agente censitária.

Outro homenageado foi o recenseador João Barbosa Otero, que fez coleta de dados em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, passando por áreas de difícil acesso. “A homenagem não é só minha, é de todos os recenseadores. Eu fiquei feliz em saber que ia vir para cá. Quando íamos recensear, a minha alegria era ver as pessoas com um sorriso no rosto ao verem chegar um recenseador em seu domicílio, na sua comunidade, na sua aldeia. Queria só agradecer a todos.”

O secretário de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas e Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento e Orçamento, Sergio Pinheiro Firpo, que, junto com o assessor especial da pasta, João Vitor Vilaverde de Almeida, representou a ministra Simone Tebet na cerimônia, disse que a felicidade demonstrada por João Otero é um sentimento que transborda para o país inteiro.

“Via no rosto delas [pessoas recenseadas] como a presença do Estado, por meio do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística], trazia esse alento de que o Estado estava presente. O IBGE, muitas vezes, é a porta entre o cidadão e o estado. Conhecer quem nós somos, finalmente, depois de tanto tempo sem o censo, é muito importante para a formulação, o desenho e aprimoramento das políticas públicas”, disse.

Almeida agradeceu a todos os recenseadores, supervisores e superintendentes, pessoas que foram a campo pela realização do Censo, a despeito dos desafios enfrentados durante os dez meses de pesquisa. Ele propôs que quem assistia à cerimônia se olhasse um pouco para ver como está hoje para comparar com 2030, quando o IBGE deverá fazer um novo censo. Ele ressaltou que muitos dos dados coletados agora não existiam na pesquisa anterior, feita em 2010. Como exemplo, citou os carros de aplicativo. “O IBGE é esta foto do momento, que nos acompanha há quase 100 anos, e vamos vendo como o Brasil, as nossas famílias e nós fomos mudando.”

Almeida disse que, ao mesmo tempo, valem um lembrete e uma celebração. “O lembrete é o que este censo poderia não ter sido, poderia não ter coberto toda a terra yanomami, mas cobriu. Poderia estar sem mais de 2 milhões de homens e mulheres dentro dele, que vivem em aglomerados subnormais, mas tem essas pessoas através do Favela no Mapa.”

Ele enfatizou que este censo poderia estar com a taxa de não resposta, que é normal em todos os censos por uma série de razões, que poderia estar “bizarramente alta”, mas não está. “Está alta aqui, muito baixa ali. Este censo tem esforço de todo mundo”, afirmou. E valeram a pena as decisões da ministra de prorrogar o censo e realizar as pesquisas onde quer que fosse para garantir a inclusão de mais pessoas recenseadas, acrescentou.