Assembleia de professores mantém greve na UFF por tempo indeterminado
A greve de professores na Universidade Federal Fluminense (UFF) continuará por tempo indeterminado. Segundo o vice-presidente da Associação de Docentes da UFF (Aduff), Gustavo Gomes, a decisão foi tomada durante assembleia que reuniu hoje (9) 420 professores de vários cursos, inclusive de campi do interior do estado. “Foi uma assembleia muito concorrida. Uma das maiores da UFF e decidiu pela manutenção da greve.”
De acordo com o professor do curso de serviço social, o tempo da greve depende da abertura de negociações por parte da reitoria. Ele informou que a avaliação geral aponta para a necessidade de o governo retomar as discussões sobre a pauta de reivindicações da categoria.
Entre os principais pontos, estão os cortes na educação pública que inviabiliza o plano de obras da expansão da universidade, a regularização dos pagamentos de funcionários terceirizados e apresentação de uma proposta para reposição de perdas salariais, que, segundo cálculos dos grevistas, chega a 21,3% nos últimos três anos, período em que receberam 15% de reajuste.
“Essencialmente, são essas as questões prioritárias para nós. Queremos que o governo retome as discussões em uma mesa de negociações”, explicou Gomes.
Ele informou ainda que a retomada das obras é urgente, porque houve expansão da universidade com a criação de vagas, que não foi acompanhada por investimentos em infraestrutura. “Foi prometida a construção de prédios com novas salas. Foram abertas as vagas e iniciadas as aulas em contêineres. A universidade alugou os contêineres metálicos para funcionar como salas de aula. Com a contenção de verbas, o planejamento das obras foi suspenso e os próprios contratos dos contêineres estão ameaçados. A situação é precária."
Gustavo Gomes acrescentou que, entre os campi com contêineres, estão os de Campos dos Goytacazes (norte fluminense), Rio das Ostras (região dos Lagos) e Friburgo (região serrana).
A próxima assembleia foi confirmada para quarta-feira (17). A de hoje estava marcada para o auditório do campus do Gragoatá, em Niterói, região metropolitana do Rio, mas teve de ser transferida para a área aberta do prédio, porque o número de participantes foi maior que o esperado.