UFRJ define empresa que fará obras emergenciais do Museu Nacional
A Concrejato Engenharia, empresa que participou da reconstrução do Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, foi escolhida para realizar as obras emergenciais do Museu Nacional, no Rio de Janeiro. A escolha foi feita hoje (18) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) após reunião realizada ontem com empresas.
A empreiteira foi selecionada por meio de chamada pública. Com a escolha, a UFRJ informou, também hoje, ao Ministério da Educação (MEC), o detalhamento dos gastos que serão feitos na fase emergencial. Após a análise desse documento, a pasta liberará para a universidade os R$ 10 milhões prometidos para a primeira fase de reconstrução do museu.
Os recursos do MEC serão destinados a ações emergenciais, que incluem a cobertura e o reforço da estrutura do prédio para possibilitar o resgate do acervo. Mesmo antes de receber a verba, a instituição já havia iniciado as contratações, como a da instalação de tapumes que irão proteger o entorno do edifício, impedindo o acesso de pessoas não autorizadas.
Conforme descrição na página da empresa, a Concrejato é especializada no restauro do patrimônio histórico e arquitetônico. A empresa foi responsável, por exemplo, pela instalação da cobertura do Museu da Língua Portuguesa, localizado em São Paulo, que foi parcialmente destruído em incêndio em 2015. Segundo a empresa, toda a estrutura da cobertura foi reconstruída com madeira proveniente da Amazônia – que resiste melhor a incêndios do que estruturas metálicas. As telhas são de zinco, vindas diretamente do Peru, conforme configuração inicial do prédio.
Liberação de verba
Consultado no início da tarde, o MEC disse que só poderá fazer a transferência de recursos após o recebimento da documentação com os valores exatos que serão gastos. No último dia 10, a UFRJ entregou ao MEC o termo de referência, que serviria para a contratação de empresas para realizar as ações emergenciais. A UFRJ disse que enviou a documentação restante no final da tarde de hoje, mas o MEC ainda não confirmou o recebimento.
A pasta chegou a estudar a possibilidade de o próprio MEC fazer as contratações, ao invés de transferir os recursos diretamente para a universidade, conforme comunicou o ministro interino da Educação, Henrique Sartori, no lançamento da Agência Brasileira de Museus (Abram). Essa possibilidade, de acordo com o MEC, está descartada. Os recursos irão para a UFRJ.
Reconstrução
Após o incêndio ocorrido no dia 2, a reconstrução do Museu Nacional no Rio de Janeiro será feita em quatro etapas, incluindo a possibilidade de cessão de um terreno próximo ao local para que as atividades acadêmicas sejam mantidas.
A primeira etapa será dedicada à realização de intervenções emergenciais, como instalação de um toldo, escoramento de paredes, levantamento da estrutura, inventário do acervo e separação do que é possível encontrar nos escombros.
A segunda etapa depende da conclusão da perícia da Polícia Federal no local. Depois de realizada, será contratado um projeto básico e, com base nele, será implementado o projeto executivo da reconstrução do museu.
A terceira etapa é a da reconstrução. A ideia é usar a lei federal de incentivo à cultura, a Lei Rouanet. A quarta fase poderá ocorrer em paralelo com a obra de construção. É a de recomposição do acervo. O governo pretende fazer uma campanha internacional para a doação e aquisição de acervos para o Museu Nacional.