No Rio, Ana Maria Machado encerra projeto Bienal Vai às Escolas
A escritora Ana Maria Machado, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), encerrou hoje (16) o Projeto Bienal Vai às Escolas, promovido pela primeira vez pela 19ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, com o objetivo de integrar autores e estudantes em sala de aula, para incentivar o gosto pela leitura. A escritora presidiu a ABL em 2011 e 2012 e comemora este ano 50 anos de carreira. Promovida pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), a Bienal Rio será realizada no período de 30 deste mês a 8 de setembro, no Riocentro, Barra da Tijuca, zona oeste da cidade. Segundo os organizadores, a quantidade disponível de livros para venda nessa edição atinge 5,5 milhões, número semelhante ao da população da Finlândia.
Ana Maria se encontrou com alunos na faixa etária entre 5 e 10 anos da Escola Municipal Domingos Bebiano, localizada em Inhaúma, zona norte do Rio, com quem conversou sobre sua carreira como jornalista, professora e escritora, além da importância da leitura. A autora participou da primeira Bienal do Rio, quando ela foi realizada no Copacabana Palace Hotel. “Depois, ela foi ganhando espaço, ganhando importância. E a Bienal do Livro tem uma característica muito própria, que é uma abordagem voltada para a juventude, para as crianças. Sempre foi um lugar de azaração, de zoada. Está cheia de estudantes e adolescentes. É uma festa. Isso é muito bom e que continue assim”, disse às crianças.
Falou também do assédio do público em busca de seu autógrafo. “Eu nunca podia imaginar e até hoje me admiro disso ter acontecido”. Relatou que na última Bienal, ela foi procurada por um casal que pediu autógrafo para o filho. Nessa ocasião, constatou que todos os três carregavam o mesmo livro dela, em edições diferentes. “Cada um tinha lido em um momento e, agora, o filho estava lendo. Isso é uma coisa muito comovente. Eu fico emocionada. A gente não sabe bem o que dizer diante disso. A sensação é que é um presente da vida”.
Ana Maria salientou que as histórias são fundamentais para todo mundo, em todas as idades. “Quando não foram suficientemente abastecidas em crianças, as pessoas crescem e começam a inventar narrativas falsas”. Daí a importância da leitura para que as pessoas possam ter suas próprias visões dos assuntos abordados nos livros.
Projeto
O Projeto Bienal Vai às Escolas foi iniciado em julho passado, com a visita da jornalista e escritora Miriam Leitão à Escola de Desenvolvimento Infantil (EDI) Eu Sou, situada na Praça Seca, em Jacarepaguá, zona oeste da capital do estado. Ela contou histórias do seu livro A perigosa vida dos passarinhos pequenos para 120 crianças, com idade média de 5 anos. No mesmo mês, a autora Thalita Rebouças visitou o Colégio Bernardo de Vasconcellos, localizado na Vila Cruzeiro, Penha, zona norte da cidade, onde respondeu a perguntas dos adolescentes, fãs de seus livros.
No início de agosto, o projeto levou a atriz e autora Leticia Braga, de 14 anos, para um encontro com crianças com idades a partir de 8 anos da Escola Isaías Alves, em Guadalupe, zona norte da cidade. No dia 13, foi a vez da blogueira de economia Nathalia Arcuri que se encontrou com estudantes de 13 anos e 14 anos de idade da Escola Municipal Epitácio Pessoa, no Andaraí, zona norte do Rio.
A ideia, segundo expressou a diretora da Bienal, Tatiana Zaccaro, é que o evento seja uma plataforma de conhecimento e conteúdo, e também um local de aprendizado. Para isso, os organizadores da Bienal resolveram levar autores para uma troca de experiências nas escolas, provocando o envolvimento dos alunos com a Bienal antes de sua abertura oficial. Tatiana disse que o projeto deve continuar nos próximos dois anos até 2021, quando ocorrerá a 20ª edição da Bienal. O encontro de autores com estudantes das escolas do município é feito em parceria com a Secretaria Municipal de Educação.