Caso Ryan: ouvidor da PM critica atuação da polícia durante enterro
Nesta manhã de domingo (10), está sendo celebrada na Capela da Universidade São Judas, na capital paulista, uma missa em homenagem ao menino Ryan da Silva Andrade Santos, que morreu aos quatro anos de idade, em decorrência de operação da Polícia Militar no morro São Bento, em Santos, no litoral paulista, na noite da última terça-feira.
Com a presença de familiares de Ryan e defensores dos direitos humanos, como a Comissão Arns, o Instituto Sou da Paz e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, além da Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo, a missa é rezada pelo padre Júlio Lancelotti, que fará uma benção especial à mãe e aos irmãos de Ryan.
No velório e sepultamento de Ryan, no Cemitério Municipal da Areia Branca, em Santos, os participantes reclamaram da presença ostensiva da Polícia Militar. Relatos dos defensores de direitos humanos que estavam da cerimônia disseram que os policiais tentaram impedir o cortejo fúnebre feito pelo morro. O Ouvidor da Polícia paulista, Claudio Silva, apontou como "absurda" a violação da própria despedida da vítima.
A partir daí, o religioso Lancellotti informou sobre a dedicação da missa deste domingo a Ryan e família, com transmissão por vários canais das redes sociais, entre eles oarcanjo.net.
O caso de Ryan remete a outra situação de violência que vitima crianças: o da menina Agatha Vitória de Matos Soares, que morreu aos 8 anos de idade, por disparo de fuzil feito por um policial militar, em setembro de 2019, durante confronto com supostos suspeitos, no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.
Na última sexta-feira, depois de 12 horas de julgamento, o Tribunal de Júri absolveu o policial militar Rodrigo José de Matos Soares, apontado como autor do disparo.