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Derechos Humanos

CNJ aprova mudança nas certidões de óbito de vítimas da ditadura

Documentos passam a registrar morte violenta causada pelo Estado
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Oussama El Ghaouri
10/12/2024 - 19:22
Brasília
60 ANOS DO GOLPE - DITADURA MILITAR - Uso de imóveis privados para tortura. Cemitério Dom Bosco, em Perus, São Paulo. Foto: Camila Djurovic/Memorial da Resistência
© Camila Djurovic/Memorial da Resi

As certidões de óbito das pessoas mortas e desaparecidas durante a ditadura militar devem registrar morte não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro.

A resolução foi aprovada nesta terça-feira(10) pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), atendendo a uma proposta do Ministério dos Direitos Humanos.

A sessão simbólica lembrou o Dia Internacional dos Direitos Humanos e reconheceu as violações cometidas pela ditadura militar.

As novas certidões vão registrar que essas mortes ocorreram de forma violenta, causadas pelo Estado durante a perseguição a opositores políticos na ditadura iniciada em 1964.

A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, destacou que a medida atende as recomendações feitas há dez anos pela Comissão da Verdade.

"Estamos dando mais um passo nesse processo de cura da sociedade brasileira. De reafirmar a democracia, da gente insistir que todos têm direito à verdade e que as instituições democráticas precisam ser sistematicamente defendidas".

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, também elogiou a iniciativa.

Ele disse que a resolução traz algum alívio às famílias das vítimas, marcadas pela dor e pela falta de um pedido oficial de desculpas.