logo Agência Brasil
Justicia

Cid diz em delação que Carlos Bolsonaro comandava gabinete do ódio

Alexandre de Moraes retirou sigilo do documento nesta quarta-feira
Baixar
Gabriel Brum – Repórter da Rádio Nacional
19/02/2025 - 16:48
Brasília
Rio de Janeiro (RJ) - Vereador Carlos Bolsonaro, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Foto: Renan Olaz/CMRJ
© Renan Olaz/CMRJ

Carlos Bolsonaro era quem comandava o suposto “gabinete do ódio” no Palácio do Planalto, afirmou o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, em colaboração premiada com a Polícia Federal. O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes retirou o sigilo do documento nesta quarta-feira (19).

O grupo conhecido como "gabinete do ódio" era investigado pela Polícia Federal por criar e difundir notícias falsas para atacar autoridades, instituições, o processo eleitoral e os poderes da República. Três homens integravam o gabinete, que ficava numa sala pequena no terceiro andar do Palácio do Planalto. Segundo Cid, havia relação de subordinação deles com Carlos Bolsonaro, que era quem dizia o que deveriam publicar nas redes sociais.

Mauro Cid contou que as publicações no Facebook e no Whatsapp eram feitas pelo próprio ex-presidente Bolsonaro, mesmo mensagens de notícias falsas ou ataques aos ministros do Supremo Tribunal Federal. Carlos era o responsável pelas outras contas do ex-presidente, como lnstagram e Twitter.

Cid contou que o gabinete mantinha contato com influenciadores apoiadores do governo de Jair Bolsonaro para indicar conteúdos para publicação.

Em outra parte da delação, Mauro Cid relatou a proximidade da relação com influenciadores. No dia 12 de dezembro de 2022, por exemplo, quando o cacique Serere foi preso, o ex-presidente Bolsonaro autorizou a entrada de Oswaldo Eustáquio, Paulo Souza e Bismark Fugazza no Palácio da Alvorada para evitar que fossem presos. Cid afirmou ainda que Souza e Fugazza tinham contato direto com o ex-presidente e acreditavam que CACs, donos de armas, apoiariam Bolsonaro num eventual golpe de Estado, como uma espécie de “tropa civil”.

A reportagem enviou mensagem para o advogado de Carlos Bolsonaro, mas ainda não obteve resposta.