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Economía

Carnaval: 66% dos bares não pretendem contratar novos funcionários

Empresários estão cautelosos com novas contratações
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Daniella Longuinho - repórter da Rádio Nacional
20/02/2025 - 08:55
Brasília
Lanchonetes, bares e restaurantes do Rio de Janeiro reabrem  com restrição de horário, lotação e distância entre mesas.
© Tânia Rêgo/Agência Brasil

Os empresários do setor de bares e restaurantes estão cautelosos com novas contratações temporárias para este Carnaval. Para conter gastos, 66% afirmam que vão trabalhar com o quadro atual de colaboradores.

É o que mostra levantamento da Abrasel, Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, divulgado nessa quarta-feira (19).

A postura conservadora nas contratações se contrapõe à expectativa de melhora no faturamento durante a folia: 69% dos empresários acreditam que vão ganhar mais durante o Carnaval deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.

José Eduardo Camargo, líder de conteúdo e inteligência da Abrasel, detalha esse cenário:

"A pesquisa mostrou que, em janeiro, um quarto dos bares e restaurantes trabalhou com prejuízo, numa piora significativa em relação a dezembro. Então, nessa situação, é natural que o empreendedor seja mais conservador e procure, é, conter os gastos, esperando que o Carnaval traga um bom movimento para poder equilibrar as contas".

O primeiro semestre desse ano tem datas importantes, como o Dia dos Namorados e Dia das Mães, mesmo assim apenas 19% dos estabelecimentos pretendem realizar novas contratações.

A pesquisa da Abrasel também abordou o reajuste de preços no cardápio, considerando o aumento da inflação de alimentos e bebidas nos últimos meses. Para o porta-voz da Abrasel, parte do prejuízo no setor se explica por esses gastos.

Segundo a Abrasel, com aumento dos custos operacionais, 36% dos bares e restaurantes reajustaram os preços para acompanhar a inflação; 23%  abaixo desse índice e 32% informaram que não estão conseguindo repassar os valores ao consumir.

Sobre o nível de endividamento, cerca de 40% das empresas têm pagamentos em atraso, sendo os principais débitos relacionados a impostos federais, 67%, estaduais, 46% e empréstimos bancários, 39%.