Retrospectiva esportes: pandemia causa adiamento dos Jogos de Tóquio
Até março de 2020, mais precisamente o dia 24, os Jogos de Tóquio estavam confirmados para acontecerem no período de 24 de julho a 9 de agosto de 2020. Porém, o novo coronavírus (covid-19), que começou a assolar o mundo no final de 2019, forçou os organizadores do maior evento esportivo do planeta a tomarem uma decisão drástica, o adiamento dos Jogos. Agora, o evento está programado para o período de 23 de julho a 8 de agosto de 2021.
Jogos cancelados
No entanto, esta não é a primeira oportunidade na qual desafios de proporções globais afetaram o cronograma original de uma edição dos Jogos Olímpicos. Em 1916, o evento que deveria ter ocorrido em Berlim (Alemanha) foi cancelado por causa da Primeira Guerra (1914-1918).
A Segunda Guerra (1939-1945) também impediu a realização de duas edições das Olimpíadas. A de 1940, marcada para Tóquio (Japão), chegou a ser transferida para Helsinque (Finlândia), mas acabou não acontecendo. Em 1944, a sede escolhida foi Londres, mas também não ocorreu em razão do conflito entre os Países Aliados e o Eixo.
Apesar das constantes manifestações de otimismo do Comitê Olímpico Internacional (COI) em relação à realização dos Jogos de Tóquio, o cancelamento da atual edição do evento é um fantasma que continua rondando o maior evento esportivo do planeta. Como mostrou uma pesquisa da emissora pública NHK divulgada neste mês, um terço dos cidadãos japoneses deseja que a Olimpíada seja cancelada por causa do temor de que a chegada de estrangeiros possa causar um novo aumento nos casos de covid.
Brasileiros classificados
Antes do adiamento dos Jogos de 2020 para 2021, o Brasil tinha 178 atletas garantidos em 25 modalidades, com vagas conquistadas desde 2018.
Com tantas mudanças, praticamente todas as modalidades tiveram uma temporada de 2020 totalmente atípica. As seleções masculina e feminina de vôlei, por exemplo, que estão classificadas para os Jogos de Tóquio, não se reuniram em nenhuma oportunidade em 2020, assim como a equipe feminina de handebol e a seleção de boxe, que terá pela frente o pré-olímpico em 2021.
Os atletas de boxe, ginástica artística e ginástica rítmica não tiveram competições, mas participaram do camping de treinos dentro da Missão Europa promovida pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) em Portugal. Nomes como Rebeca Andrade, Flávia Saraiva e Arthur Zanetti participaram das atividades realizadas no Velho Continente.
Até o final deste ano, talvez o atleta que mais teve motivos para festejar a mudança do calendário foi Felipe Vinícius dos Santos. Em dezembro, durante o Troféu Brasil de Atletismo, ele alcançou o índice olímpico no decatlo e se transformou no 25º integrante do atletismo verde e amarelo garantido em Tóquio, e no 180º integrante da delegação entre todas as modalidades.