logo Agência Brasil
Esportes

Artilheira da era Pia Sundhage, Debinha não se vê garantida em Tóquio

Atacante é destaque na seleção feminina que disputará torneio nos EUA
Lincoln Chaves - Repórter da TV Brasil e da Rádio Nacional
Publicado em 16/02/2021 - 18:52
São Paulo
debinha, seleção feminina, futebol feminina
© Lucas Figueiredo/CBF

Quando anunciou as convocadas para o She Believes, torneio amistoso nos Estados Unidos que serve de preparação para a Olimpíada, Pia Sundhage admitiu ter definido 12 das 18 jogadoras que defenderão o Brasil nos Jogos de 2021. Artilheira da seleção feminina desde a estreia da técnica sueca (em agosto de 2019) com dez gols e presente nas 13 partidas sob comando da treinadora, Debinha é, em tese, nome certo entre as atletas que já podem fazer as malas para Tóquio (Japão). A atacante, porém, ainda não se vê garantida.

“Acho que aqui a concorrência é muito grande. Futebol se vive de fases. O que eu busco é manter minha parte física, seguir bem no meu clube, chegar na seleção e dar meu 100% para buscar a vaga. A gente nunca sabe o que pode acontecer”, declarou a jogadora do North Carolina Courage (EUA), em entrevista coletiva por videoconferência nesta terça-feira (16).

A seleção feminina estreia no She Believes nesta quinta-feira (18), às 18h (horário de Brasília), contra a Argentina. No domingo (21), às 17h, as adversárias são as norte-americanas, atuais campeãs mundiais. Já na outra quarta-feira (24), as comandadas de Pia encerram a participação no torneio diante do Canadá, às 18h. Os jogos serão disputados no Exploria Stadium, em Orlando (EUA).

“São três seleções [de estilos] diferentes. A Argentina conhecemos bem. É um time contra o qual jogamos bastante, que joga praticamente espelhado no Brasil. [A seleção dos] Estados Unidos é mais força e velocidade. O Canadá está entre os dois [modelos], é também uma seleção que conhecemos bem, há uma rivalidade grande”, disse Debinha, que projeta, em especial, os duelos contra norte-americanas e canadenses, que também estão classificadas para Tóquio.

“Temos a Pia, que já comandou os Estados Unidos [foi bicampeã olímpica, em 2008 e 2012] e conhece bem a seleção. Eu conheço bem as jogadoras [norte-americanas] por atuar na liga. Será um jogo muito duro, mas temos nos preparado e dando o melhor no dia a dia. O torneio será próximo do que acontecerá na Olimpíada, onde teremos também Inglaterra e França, que nos deram muito trabalho. Jogar contra Estados Unidos e Canadá nos dará um parâmetro do nível que estamos”, descreveu.

Mudanças na convocação

Nesta terça, um dia após a chegada da delegação a Orlando, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou os cortes das volantes Luana e Formiga, que não foram liberadas pelo PSG (França). Apesar de o She Believes ser em data Fifa, os clubes foram autorizados a não cederem atletas em casos de restrições de viagem ou de quarentena obrigatória devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19).

Para o lugar delas, Pia convocou a meia Valéria e a atacante Geyse, ambas do Madrid CFF (Espanha). A primeira, de 22 anos, estreou na seleção feminina na goleada por 6 a 0 sobre o Equador, em novembro, na Neo Química Arena, em São Paulo. Ela, inclusive, fez um dos gols do atropelo. A segunda, que tem a mesma idade, esteve na Copa do Mundo de 2019, na França, e foi chamada pela técnica sueca, pela primeira vez, em março do ano passado, para disputa do Torneio Internacional da França, mas acabou cortada por lesão.

Antes de Luana e Formiga, Pia teve de substituir a lateral Fabi Simões, do Internacional, que testou positivo para a covid-19 antes da viagem para Orlando. A zagueira Kathellen, da Inter de Milão (Itália), foi chamada no lugar da defensora colorada.