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Esportes

"Defendemos os direitos humanos", diz Joachim Loew ao apoiar protesto

Seleção alemã fez alerta para mortes de imigrantes nas obras da Copa
Manasi Pathak
Publicado em 26/03/2021 - 12:21
Bengaluru (Índia)
World Cup Qualifiers Europe - Group J - Germany v Iceland - protesto - manifestação - direitos humanos - seleção - Alemanha - alemã
© Pool via REUTERS/Tobias Schwarz
Reuters

Os jogadores da Alemanha adotaram um posicionamento importante ao mostrar apoio aos operários imigrantes que constroem os estádios da Copa do Mundo de 2022 no Catar, e o técnico Joachim Loew disse que a seleção defende os direitos humanos, "não importa o local".

A Alemanha se alinhou antes de sua primeira eliminatória do Grupo J contra a Islândia, em Duisburg, vestindo camisas com a mensagem "Direitos Humanos".

A Noruega fez um protesto semelhante na quarta-feira (24) antes de sua partida em Gibraltar, quando os jogadores apareceram com camisas com a mensagem "Direitos humanos, dentro e fora de campo".

Técnico da seleção da Alemanha, Joachim Loew
"Defendemos os direitos humanos, não importa o local. Estes são nossos valores", disse Loew,  após a vitória da Alemanha por 3 a 0 sobre a Islândia pelas Eliminatórias - Reuters/Ralph Orlowski/direitos reservados

A iniciativas vêm na esteira de uma reportagem do jornal britânico The Guardian que disse que, segundo seus cálculos, ao menos 6,5 mil operários imigrantes morreram no Catar desde que o país conquistou o direito de sediar o Mundial de 2022, dez anos atrás.

Loew disse que soube do plano de seus jogadores para protestar, mas que não foi a "mola propulsora".

"Os jogadores desenharam tudo nas camisas. Era para ser o primeiro pronunciamento nosso, do time", disse. "Defendemos os direitos humanos, não importa o local. Estes são nossos valores. Portanto, foi um pronunciamento muito bom e importante."

Ontem (25), um porta-voz do Comitê Supremo de Cumprimento e Legado, os organizadores da Copa do Mundo do Catar, disse que "sempre foram transparentes sobre a saúde e a segurança dos operários".

"Desde que a construção começou, em 2014, houve três fatalidades relacionadas ao trabalho e 35 mortes não relacionadas ao trabalho".