Coluna – Libra não é real e, por outro lado, os “signos” não combinam
O encontro colocou frente a frente dois grupos bem distintos: um com os paulistas e o Flamengo, já apresentando documentos, divisão de cotas e uma empresa interessada em organizar a nova liga, a Codajas Sports Kapital (CSK), em parceria com o BTG Pactual; e outro, o “Forte Futebol”, que reúne dez clubes autointitulados emergentes, tendo como embaixador o Atlético-MG. Nesse grupo está o Athletico-PR, reconhecido por sua postura quase sempre contrária a dos clubes do eixo Rio-São Paulo, na defesa de seus direitos – não custa lembrar que é o único clube que vendeu seus jogos em TV fechada para uma empresa diferente da que atende aos demais 19 clubes da Série A.
Dizem que o bolso é a parte mais sensível do ser humano e, na discussão da liga, esse assunto não poderia ficar de fora. Até porque um dos objetivos da criação dessa liga é exatamente o de permitir a todos um faturamento melhor e mais bem dividido. E a forma de divisão das cotas de TV tem percentuais diferentes para cada um dos grupos. Há quem afirme que na reunião prevista para a próxima semana, na sede da CBF, essa discordância seja superada, mas eu não acredito. Você aceitaria reduzir sua cota atual, com a possibilidade de ter de enfrentar sua torcida, sendo acusado de ajudar o rival? O que faria um libriano?
Estive hoje em São Paulo na reunião para discutir o futuro do futebol brasileiro. Existe um consenso entre os clubes de que a Liga é o caminho. Estamos estudando todos os detalhes junto com a 777 Partners para a adesão do Vasco.
— Jorge Salgado (@jorgesalgadovg) May 3, 2022
Apenas seis clubes assinaram o documento apresentado hoje, exatamente os que convocaram a reunião: Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Bragantino e Flamengo. Os demais preferiram “pedir vista do processo”, como se diz no jargão jurídica. O Vasco, em processo de transformação em SAF, alegou, ainda, que precisa estudar com o futuro parceiro se adere ou não à liga.
No início do texto, falei que há um ponto positivo no encontro. Ao longo dele, citei os que considero negativos, ou ao menos de difícil solução, até porque não são discutidos há pouco tempo. Creio que a Libra ainda fique no papel por um bom tempo. A menos que os astros ajudem. Eles revelam que a partir de 10 de maio, o ano será promissor, em termos de contratos e negociações. Será que o mapa astral vai ajudar?
* Sergio du Bocage é apresentador do programa No Mundo da Bola, da TV Brasil