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Esportes

ONG Human Rights Watch acusa Catar de deter e maltratar pessoas LGBT+

Homossexualidade é ilegal no país que sedia Copa a partir de novembro
Andrew Mills
Publicado em 24/10/2022 - 12:04
Doha
FILE PHOTO: A general view shows the Al Bayt stadium, built for the upcoming 2022 FIFA World Cup soccer championship, during a stadium tour in Al Khor
© KAI PFAFFENBACH
Reuters

Forças de segurança no Catar prenderam arbitrariamente e maltrataram pessoas LGBT+ do país recentemente, disse a Human Rights Watch (HRW) nesta segunda-feira (24), às vésperas da Copa do Mundo, que colocou em destaque as questões de direitos humanos no Estado do Golfo Árabe. 

A homossexualidade é ilegal no país conservador muçulmano e algumas estrelas do futebol levantaram preocupações sobre os direitos dos torcedores que viajam para o evento, especialmente indivíduos LGBTQI+ e mulheres, que, segundo grupos de direitos humanos, as leis do Catar discriminam.

Uma autoridade do Catar disse em comunicado que as alegações da HRW "contêm informações que são categoricamente e inequivocamente falsas", sem especificar.

Os organizadores da Copa do Mundo, que começa em 20 de novembro e é a primeira realizada em um país do Oriente Médio, dizem que todos, independentemente de sua orientação sexual ou origem, são bem-vindos, apesar de também alertar contra demonstrações públicas de afeto.

"A liberdade de expressão e a não discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero devem ser garantidas, permanentemente, para todos os residentes do Catar, não apenas para os espectadores que vão ao Catar para a Copa do Mundo", declarou a HRW em comunicado.

A organização disse que entrevistou seis pessoas LGBTQI+ do Catar, incluindo quatro mulheres transexuais, uma mulher bissexual e um homem homossexual, que relataram ter sido detidos entre 2019 e 2022 e submetidos a abusos verbais e físicos, incluindo chutes e socos.

"Todos os seis disseram que a polícia os forçou a assinar promessas indicando que iriam ´cessar a atividade imoral´", disse, acrescentando que as mulheres transexuais detidas foram obrigadas a participar de sessões de terapia de conversão em uma clínica patrocinada pelo governo.

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