Visibilidade e influência: atletas olímpicos celebram o pós-Olimpíada
Os Jogos Olímpicos de Paris acabaram há duas semanas e, para os atletas que se destacaram nas competições, é hora de desfrutar das medalhas ou dos resultados. A Beatriz Souza, que levou o ouro na categoria acima de 78 quilos do judô, diz que a vida mudou completamente. Não só pelo reconhecimento esportivo e pela promessa de novos patrocínios, mas pela fama e carinho que passou a receber nas redes sociais.
“Tá tudo uma loucura. Não consegui parar desde que eu competi na Olimpíada. Muito diferente esse novo mundo. Um dia eu acordei e estava com três milhões de seguidores. Eu até brinco que eu nem sei o que eu vou mostrar para a galera, porque eu não era muito ativa em redes sociais. Mas prometo trabalhar isso agora”, disse a Bia. ““Eu não tenho dimensão nenhuma ainda do que é ser campeã olímpica. É tudo muito novo. Incrível poder receber todo esse carinho”.
A judoca entende que com toda essa visibilidade, vem também uma responsabilidade coletiva com o futuro do esporte no país.
“Foi um dia mágico o que ganhei a medalha. Vivi e continuo vivendo essa magia olímpica. E espero poder continuar sendo uma inspiração para todos. E que venham muitos judocas e atletas de outras modalidades. O Brasil é cheio de talentos e a gente tem que trabalhar ao máximo para essa criançada crescer e trazer muitas medalhas”.
Beatriz Souza e outros nove atletas participaram de um evento do Time Petrobras no Centro do Rio de Janeiro. A presidente da companhia, Magda Chambriard, disse que o incentivo aos atletas será renovado para o próximo ciclo, que se destina aos Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028.
Hugo Calderano não conseguiu trazer uma medalha em Paris no tênis de mesa, mas trouxe resultados expressivos e inéditos para o país. No individual, terminou na quarta colocação: foi a primeira vez que um mesatenista das Américas chegou em uma semifinal olímpica. Na disputa por equipes, ajudou o Brasil a igualar a melhor campanha, chegando às quartas de final.
“Tênis de mesa é dominado há muitos anos por chineses. Depois japoneses, coreanos e europeus. Seria muito difícil a gente pensar que poderia ter um brasileiro chegando tão longe. Mas isso é fruto de muito trabalho e anos de dedicação. Eu acreditei que seria possível chegar entre os melhores do mundo”, disse Calderano.
O atleta voltou a ocupar o terceiro lugar do ranking mundial depois de Paris. E comemora o fato de o desempenho estar inspirando outras pessoas a praticarem o esporte.
“Muito legal ver o tênis de mesa ser mais conhecido no Brasil. Ouço muita gente falando que começou a jogar na mesa de casa, na mesa de jantar, que o filho vai começar a praticar. E esse sempre foi um dos meus grandes objetivos: tornar o esporte mais popular no Brasil”, disse Calderano.
Dono de cinco medalhas olímpicas, a última foi a prata conquistada em Paris na categoria C1 1.000m, Isaquias Queiroz também entende que a missão dele vai além dos resultados individuais. Ele quer usar toda a experiência acumulada até aqui para ajudar outros atletas brasileiros da modalidade.
“Conseguir me tornar um dos maiores atletas do Brasil, com cinco medalhas olímpicas, é um sonho que nem eu imaginaria alcançar na minha carreira. Eu fico feliz de poder continuar fazendo história, de ter trazido uma medalha e continuar ajudando a molecada a crescer ainda mais no cenário internacional”, disse Isaquias.
Matéria atualizada às 16h21min. para alteração do texto.