Promotora da Espanha pede novo julgamento de Rubiales por assédio


Uma promotora espanhola pediu um novo julgamento após a sentença da Alta Corte que condenou o ex-presidente da federação de futebol do país Luis Rubiales por beijar a jogadora da seleção nacional Jenni Hermoso sem o consentimento dela, informou o gabinete da promotoria nesta quinta-feira (6).
No mês passado, o tribunal considerou Rubiales culpado de agressão sexual e o multou em mais de 10.000 euros (R$ 62,1 mil) em um caso que provocou furor em todo o país.
A decisão também o absolveu e a três outros réus de uma acusação de coerção. A promotoria havia pedido 2 anos e meio de prisão para o ex-dirigente da federação de futebol.
No recurso visto pela Reuters, a promotora Marta Durantez solicitou que o julgamento seja repetido, argumentando que as provas e muitas de suas perguntas não foram admitidas.
Ela disse que a decisão gerou "uma indefensabilidade material constitucionalmente relevante, que afeta o direito à proteção judicial efetiva" e pediu que um juiz diferente julgue novamente o caso.
"A conduta do juiz durante a audiência comprometeu, em nossa opinião, no mínimo a aparência de imparcialidade", escreveu ela.
Considerando que o juiz decidiu que houve agressão sexual, Rubiales deveria ter sido condenado a um ano de prisão, acrescentou Durantez -- a pena que ela havia solicitado para essa acusação.
Ela também disse que a multa e a indenização adicional de 3.000 euros (R$ 18,6 mil) concedida a Hermoso foram muito baixas.
"Essa multa, levando em conta as circunstâncias do caso, é ofensiva para a vítima e para as vítimas de agressão sexual. Sem dúvida, é um mau precedente", disse Durantez.
Rubiales e Hermoso disseram que vão recorrer da decisão.
O beijo na cerimônia de premiação da Copa do Mundo de 2023, em Sydney, gerou um debate acalorado na Espanha sobre o sexismo no futebol feminino e na sociedade espanhola em geral, provocando um movimento semelhante à campanha "Me Too" nas redes sociais.
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