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Manifestantes do MST entram em confronto com PM na Praça dos Três Poderes

Houve confronto com PMs, que lançaram bombas de gás para dispersar os
Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil*
Publicado em 12/02/2014 - 17:16
 - Atualizado em 12/02/2014 - 17:28
Brasília
Brasília - Trabalhadores sem terra, que participam do 6º Congresso Nacional do MST, fazem manifestação em favor da reforma agrária, na Esplanada dos Ministérios (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
© Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Brasília - Trabalhadores sem terra, que participam do 6º Congresso Nacional do MST, fazem manifestação em favor da reforma agrária, na Esplanada dos Ministérios (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O protesto reuniu 15 mil trabalhadores do MST na Praça dos Três Poderes pedindo agilidade na reforma agráriaFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que fazem uma manifestação hoje (12) na Praça dos Três Poderes, derrubaram as grades laterais do Congresso e avançaram em direção ao prédio. A Polícia Militar (PM) reagiu e houve confronto. Pelo menos um trabalhador sem terra foi agredido e outro foi preso por agredir um PM. O MST reagiu jogando pedaços de paus e pedras e policiais responderam com bombas de gás.

Os líderes do MST pediram para que os manifestantes se acalmassem. Neste momento, estão concentrados em frente ao Congresso.

Segundo o primeiro-tentente da PM, Mikhail Muniz, o protesto reúne 15 mil manifestantes. Doze policiais ficaram feridos no confronto e foram encaminhados para atendimento médico.

O protesto é uma marcha com o objetivo de cobrar mais rapidez na reforma agrária no Brasil. Os manifestantes entoavam gritos e exibiam cartazes, com mensagens como "Dilma, cadê a reforma agrária?", "Exigimos uma reforma política" e "Dilma, se liberte do agronegócio". A presidenta Dilma Rousseff não está no Planalto e cumpre agenda nesta tarde em sua residência oficial, o Palácio do Alvorada. 

Cerca de meia hora antes, o ministro Gilberto Carvalho desceu do Palácio do Planalto para receber uma carta-manifesto pela reforma agrária que foi entregue por lideranças do MST. Carvalho avaliou como normal e válida a manifestação. Ele disse que não houve nenhum ato violento relevante durante o protesto, apesar dos manifestantes terem derrubado algumas grades de isolamento do Palácio Planalto.

Brasília - Trabalhadores sem terra, que participam do 6º Congresso Nacional do MST, fazem manifestação em favor da reforma agrária. Um grupo entrou em confronto com a polícia (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O confronto entre PM e o manifestantes do MST começou na Praça dos Três Poderes Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) interrompeu a sessão de julgamentos desta tarde devido a uma ameaça de invasão por alguns  integrantes do MST durante a manifestação na Praça dos Três Poderes. Eles derrubaram as grades que faziam a proteção do prédio. Para evitar a invasão do prédio, seguranças do Supremo e soldados da Policia Militar entraram em conflito. A tentativa de invasão do prédio aconteceu no momento em que os ministros estavam reunidos no plenário da Corte.

O presidente do STF, Joaquim Barbosa, não estava no plenário no momento em que os fatos ocorreram. A sessão era presidida pelo vice-presidente Ricardo Lewandowski, que interrompeu os trabalhados ao ser alertado pela equipe de segurança.  “Fui informado agora pela segurança que o tribunal corre o risco de ser invadido. Vamos fazer um intervalo na sessão”, disse.  A sessão foi retomada após 50 minutos.

Os manifestantes estão em Brasília para participar do Congresso Nacional do MST, que começou segunda-feira (10) e vai até sexta (14), com a presença de mais de 15 mil trabalhadores de 23 estados e 250 convidados internacionais. Entre os objetivos do encontro estão um balanço da atual situação do movimento, a discussão de novas formas de luta pela terra, pela reforma agrária e por transformações sociais. Também são discutidos o papel político dos assentamentos e a participação da mulher e dos jovens no movimento.

* Colaborou André Richter e Paulo Victor Chagas