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SP teria 46 mil casos a menos de diarreia com universalização do saneamento

Camila Maciel – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 13/02/2014 - 11:42
 - Atualizado em 13/02/2014 - 16:16
São Paulo
saneamento básico
© Marcello Casal Jr / Arquivo Agência Brasil
saneamento básico

Pesquisa divulgada pelo Instituto Trata Brasil aponta que seriam necessários R$ 35 bilhões para universalizar os serviços de água e esgoto no estado de São Paulo até 2020Marcello Casal Jr / Arquivo Agência Brasil

Para universalizar os serviços de água e esgoto no estado de São Paulo até 2020, seria necessário investir R$ 35 bilhões ao longo desse período, aponta pesquisa, divulgada hoje (13) pelo Instituto Trata Brasil. O levantamento, que analisa os benefícios da universalização do saneamento, aponta que esse investimento reduziria em mais de 46 mil os casos de diarreia ao ano para as famílias de baixa renda.

O tratamento da água representaria um custo de R$ 14,8 bilhões, ou 42% do total. O esgotamento sanitário, por sua vez, custaria R$ 20,3 bilhões. Por ano, seria necessário um investimento de R$ 3,89 bilhões. Quando se considera a economia resultante da diminuição dos casos de diarreia, calcula-se uma redução de R$ 8,7 milhões por ano em gastos com consulta e medicamentos.

A universalização do saneamento levaria ainda à criação de 93 mil postos de trabalho por ano. Até 2020, seriam criados 836 mil novos empregos. A pesquisa mostra ainda que os impactos na valorização imobiliária, com um total de benefícios anuais de R$ 756,4 milhões.

Para o presidente do Trata Brasil, Édison Carlos, o estudo mostra que, além de melhorar aspectos de saúde da população, os investimentos nessa infraestrutura básica geram riqueza para os estados. “Se isso ocorre mesmo no estado mais avançado do Brasil [em termos de saneamento], imagina em estados como o Pará, o Amazonas, Pernambuco, que ainda têm grandes deficiências”, apontou.

De acordo com o estudo, São Paulo investe hoje aproximadamente R$ 2,5 bilhões ao ano nos municípios operados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que correspondem a 56% do estado. “É um ritmo condizente com o que precisa ser considerado nos próximos anos, já que o estado deveria investir quase R$ 4 bilhões em todas as cidades”, apontou Pedro Scazufca, da Go Associados, empresa de consultoria que desenvolveu a pesquisa.

A análise, no entanto, não considera as demais prefeituras que têm sistemas próprios de abastecimento de água e saneamento. Os governos municipais precisariam investir a outra parcela necessária para a universalização. Carlos informou que, contabilizando todos os investimentos feitos em todos os municípios do país, executa-se apenas a metade do que seria necessário. “Estimamos que seja necessário R$ 300 bilhões em 20 anos, então seria cerca de R$ 16 bilhões ao ano, mas não se consegue usar mais do que R$ 8 bilhões”, apontou.     

O Instituto Trata Brasil é uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) que incentiva a universalização do acesso à coleta e ao tratamento de esgoto. Entre seus associados, estão fabricantes de produtos e equipamentos para o setor e concessionárias de serviço de saneamento. A organização conta ainda, entre seus apoiadores, com associações setoriais, agências reguladoras, organismos públicos internacionais, entidades públicas e da sociedade civil.


Fonte: Universalização do saneamento em SP levaria à redução de 46 mil casos de diarreia por ano, aponta pesquisa