Manifestantes pedem esclarecimento da morte de moradora da Congonha
Um grupo de 15 manifestantes fizeram na noite de hoje (19) um protesto em frente à 29ª Delegacia de Polícia (Madureira) contra a morte da auxiliar de serviços gerais Claudia Ferreira. Integrantes da Frente Independente Popular (FIP) gritaram palavras de ordem e pediram o esclarecimento da morte de Claudia, baleada no último domingo (16) durante uma operação policial no Morro da Congonha e que teve o corpo arrastado ao cair da viatura policial que a levava.
“Qualquer cidadão pode ser vítima do que ocorreu com a Claudia. A gente tem que despertar a consciência e buscar um outro modelo de segurança pública, da desmilitarização. As informações que temos é que a polícia, principalmente na Baixada Fluminense, na zona norte e nas favelas trata diferentemente as pessoas em relação à zona sul, por exemplo. Você não vê esse tipo de tratamento em Ipanema ou no Leblon”, disse Luiza Maranhão, que faz parte da FIP.
Os manifestantes distribuíram panfletos com as frases "crime bárbaro” e “fruto da política de extermínio do povo praticada pela PM”. Dentro da delegacia, três dos policiais militares (PMs) que estavam na viatura prestam depoimento ao delegado Carlos Henrique Machado, responsável pelo caso.
Mais cedo, dois PMs que participaram da troca de tiros que resultou na morte de um homem, apontado pela polícia como criminoso, e envolvidos na morte de Claudia também prestaram depoimento. Segundo o advogado de ambos, José Ricardo Brito, os policiais não tinham visão em linha reta para Claudia, o que impede que eles a tenham atingido. Após todas as testemunhas serem ouvidas, será feita a reconstituição da cena.
Mais três policiais, que participaram da troca de tiros no Morro da Congonha, serão ouvidos amanhã (20). No total, oito PMs participaram da ação, incluindo os três que colocaram Claudia na viatura policial.