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Fortaleza vai concentrar atendimento médico perto do estádio e nas praias

Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 20/05/2014 - 10:05
Brasília

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Fortaleza será sede de seis partidas durante a Copa do Mundo, mas o reforço montado para garantir o atendimento à saúde à população e aos turistas foi planejado para durar, pelo menos, 25 dias. Segundo o supervisor do Núcleo de Urgência e Emergência da Secretaria Estadual de Saúde do Ceará, Alex Mont’Alverne, as atenções estarão voltadas para as regiões do entorno da Arena Castelão, da Fifa Fan Fest na Praia de Iracema e de outros pontos da orla da capital cearense, que devem atrair mais pessoas neste período.

“A área da Fan Fest, por exemplo, comporta 50 mil pessoas, mas, dependendo das atrações que ocorram neste espaço, o público pode chegar a 300 mil pessoas incluindo o espaço no entorno”, afirmou Mont’Alverne. No local, onde os torcedores poderão assistir a transmissão dos jogos e conferir outras atrações, serão montados dois postos médicos avançados com equipe de dois médicos, dois enfermeiros e quatro auxiliares.

As Fan Fests foram criadas pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) durante a Copa da Alemanha, em 2006. De acordo com a federação, mais de 24 milhões de torcedores já assistiram a jogos nesses espaços nos torneios de 2006 e 2010.

Fortaleza manterá a mesma estrutura de atendimento médico perto da Arena Castelão. Essas unidades provisórias serão montadas com dez macas, dois leitos, respiradores e monitores, e terão ambulâncias básicas e avançadas para transportar pacientes para os hospitais de retaguarda se for necessário.

“Nossas experiências com réveillon, que reúne mais de 400 mil pessoas, e com a Copa das Confederações mostra que os postos são suficientes para atender 97% dos casos. A cada 100 pessoas atendidas, apenas três precisaram ser removidas para os hospitais nesses eventos”, contou.

Mont’Alverne acrescentou que, no caso da região da arena, cada posto terá três ambulâncias básicas e uma avançada “porque é uma arena com maior risco de ocorrências e manifestações”, explicou.
Fora desse perímetro, funcionarão, segundo o governo estadual, pontos de atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) com ambulâncias que não são exclusivas para os jogos, mas poderão ser acionadas se houver necessidade.

Autoridades estaduais e municipais garantem que o Mundial não irá afetar o atendimento rotineiro na cidade. “Como já temos um fluxo turístico significativo, com réveillon e carnaval fora de época, mesmo que a Copa dure um período maior não haverá sobrecarga”, garantiu Alex Mont’Alverne.

Renata Mota, coordenadora da Vigilância em Saúde de Fortaleza, responsável pela saúde municipal durante a Copa do Mundo, também aposta que o esquema montado para atender o público nos dias de jogos na capital e nos dias de transmissão de partidas em outras cidades não prejudicará os moradores de Fortaleza.

Segundo ela, a preocupação foi aproveitar o evento para investir em melhorias na área. Além dos postos instalados pela prefeitura nos pontos de maior concentração de torcedores, as unidades hospitalares no entorno do Castelão foram reformadas, segundo ela.

Pelas contas do governo local, a cidade tem 24 ambulâncias, sendo 19 delas para atender o público do Mundial. Segundo Renata Mota, o número de veículos é resultado de investimentos na área. Houve uma melhoria na proporção ambulância por pessoa. “Adquirimos novas ambulâncias para não comprometer a população que já é atendida na cidade. Por isso, vamos atender turistas sem causar prejuízos”, disse.

Se alguma pessoa precisar de um atendimento mais complexo, as equipes médicas terão a possibilidade de transferir o paciente para uma das 14 unidades municipais que foram orientadas para o evento, incluindo hospitais gerais, a Maternidade Escola Assis Chateaubriand, a Santa Casa de Fortaleza e um Centro de Assistência à Criança.

Nesses locais, estão sendo organizadas escalas de plantão para garantir que, pelo menos um profissional por turno, fale os idiomas de inglês e espanhol para facilitar o atendimento aos estrangeiros. As autoridades em saúde ainda pretendem se reunir com representantes de hospitais particulares para mapear quais unidades vão aceitar o seguro-saúde pago por muitos turistas estrangeiros, porém ainda não há previsão para o encontro.