Copa: hospedagem alternativa é opção para estrangeiros
Desde o início da Copa do Mundo, o argentino Andrés Raggio, 24 anos, acompanhado de três amigos, já visitou cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo. Em todas elas, assistiu às partidas diretamente nos estádios. O detalhe da aventura: a hospedagem. Os amigos percorrem o país em uma van, na qual dormem, preparam refeições e tocam violão.
“Onde a seleção argentina vai, nós estamos lá”, contou Andrés. Com o jogo entre Argentina e Bélgica marcado para amanhã (5) no Estádio Nacional de Brasília/Mané Garrincha, o grupo já está na capital federal. Desta vez, hospedados no apartamento de Fátima Nepomuceno, 60 anos, amiga dos pais dos rapazes.
Enquanto servia café da manhã aos argentinos, a advogada ofereceu a casa aos hermanos para acompanhar o jogo entre Brasil e Colômbia, hoje (4), às 17h. “Podem assistir aqui, desde que torçam para o Brasil. Vão ter que torcer ou vão ficar sem ter onde dormir”, brincou. “Já servi até suco de maracujá na tentativa de acalmar esse sangue argentino para mais tarde”, disse ela.
Fátima também vai receber um colombiano, que chega em sua casa por volta das 16h, bem próximo ao horário da partida com a seleção brasileira. Neste caso, a hospedagem faz parte do Programa Cama e Café, desenvolvido pela Secretaria de Turismo do Distrito Federal, em parceria com Ministério do Turismo, Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil, instituições financeiras e lideranças comunitárias.
“O colombiano já ficou hospedado comigo, no mês passado, e volta hoje de Salvador. Já deixou até umas sacolas e um carregador de pilhas no meu quarto sabendo que ia voltar”, disse. “Não me deu trabalho algum. Às vezes, até me esquecia que ele estava aqui em casa, e me assustava quando topava com ele”, completou.
Janete Oliveira, 63 anos, está com sete peruanos hospedados em sua casa, também por meio do Programa Cama e Café. A empresária mora sozinha, em uma casa de seis quartos, e cedeu três deles para os estrangeiros. Ela ressaltou que está animada com a experiência: "Ajudo com o que posso, como arrumar um táxi. Hoje, vou com eles, a pé, até o metrô, para que aprendam o caminho”.
O peruano Jaime James, 35 anos, advogado, elogiou a estadia. Acompanhado de alguns amigos, ele já havia optado pela hospedagem alternativa em visita ao Chile. “É uma boa opção, porque somos muitos e queríamos ficar todos juntos. Já havíamos acertado tudo há meses, e achamos mais seguro ficar em uma casa. Gostamos desse lado social”, explicou.
O amigo Cristian Serrano, 35 anos, economista, visita o Brasil pela primeira vez, e está ansioso para acompanhar a partida de amanhã entre Argentina e Bélgica no estádio. “Estamos aproveitando o Mundial para conhecer o país. Domingo vamos para o Rio de Janeiro e, em seguida, para São Paulo. Voltamos para casa antes da final, mas vamos acompanhar pela televisão, com certeza”.
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