Copacabana recebe multidão de argentinos
Uma multidão de argentinos chegou a Copacabana, na zona sul da cidade, hoje (13) pela manhã. Eles vieram de metrô, ônibus e mesmo a pé. Muitos já estão na orla há dias, dormindo nas areias ou nos automóveis. Em algumas ruas, há mais placas de carro do país vizinho do que de brasileiros.
O argentino Fernando Kober dorme há uma semana com dois irmãos e três primos em uma van. "Primeiro fomos para o Sambódromo [no centro]. Mas aqui na praia é mais lindo. Fomos multados um dia, mas agora conseguimos uma boa vaga", disse ele ao mostrar as camas improvisadas e o pequeno fogão que o grupo vem utilizando para cozinhar. "Tudo vale a pena para ver a Argentina ganhar. E vão ganhar de 2 a 1", arriscou ele.
Os bares e lanchonetes estão lotados e algumas ruas interditadas por pessoas que se dirigem à praia. "Parece 31 de dezembro", comentou um taxista com um colega no ponto da Rua Rodolfo Dantas, que liga a estação de metrô Cardeal Arcoverde à orla. "Uma festa de réveillon para argentinos", completou.
Em menor número, um grupo de 200 torcedores alemães ocupou uma das vias da orla do Leme, bairro vizinho de Copacabana, cantando e agitando as bandeiras da Alemanha. Eles caminharam pelas ruas de Copacabana até o metrô. O torcedor Timo Roder explicou que o grupo estava se dirigindo ao Estádio do Maracanã para ver o jogo. "Vamos ver a Alemanha vencer", disse. "Por isso, cantamos e fazemos esta manifestação pacífica." Em vários momentos, o grupo gritou Rio de Janeiro, recebendo palmas de brasileiros que acompanhavam e fotografavam a manifestação.
Em alguns trechos, grupos de argentinos provocavam os alemães com bom humor e canções. Os alemães revidavam cantando Não Chores por Mim Argentina.
Já na Fifa Fan Fest, a areia está tomada pelas cores azul e branco. A fila para entrar na festa está dominada pelos torcedores que vestem a camisa da seleção argentina. Martin Solano, que chegou ontem (12) de Buenos Aires e está hospedado no Catete, zona sul, chegou bem cedo em Copacabana para garantir um lugar perto do telão. "Estou me sentindo em casa", comentou. "Nunca pensei que fosse encontrar tantos hermanos. Se ganharmos, o Rio de Janeiro será uma grande festa azul e branco."
Moradora do bairro, a aposentada Sônia Lima disse que está adorando a presença dos turistas. "Já estou com 70 anos. Nunca mais terei a oportunidade de ver esta bagunça tão animada e, por isso, tenho saído todos os dias para ver a festa de perto", contou.