Prédio de antiga indústria têxtil é implodido para dar lugar a casas populares
Durou apenas 12 segundos a implosão, na manhã de hoje (24), do prédio de uma antiga indústria têxtil do Rio de Janeiro, a Companhia Lanifício Alto da Boavista, no bairro de Mangueira, zona norte da cidade. Abandonado desde 1997, quando a empresa encerrou suas atividades, a edificação foi implodida pela prefeitura do Rio para que no terreno sejam construídas 120 casas do Programa Minha Casa, Minha Vida em parceria com a Secretaria Municipal de Habitação, para famílias com renda mensal de até R$ 1.600.
Os trabalhos foram executados pela Defesa Civil municipal, com o apoio de vários outros órgãos da prefeitura. Por uma questão de segurança, cerca de 200 famílias moradoras em imóveis localizados em um raio de 150 metros tiveram que deixar suas casas e aguardar na quadra da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira o término da operação e a liberação da área pelas equipes da Defesa Civil.
O Centro de Operações Rio, com 20 câmeras instaladas na área, acompanhou toda a ação e o bloqueio do trânsito necessário para a operação. Além da interdição desde às 5h30 da manhã da Rua Visconde de Niterói, onde ficava o prédio, e de sua continuação, a Avenida Bartolomeu de Gusmão, foi suspensa por mais de uma hora a circulação dos trens da SuperVia, já que linha férrea passa em frente da antiga fábrica.
A Secretaria Municipal de Habitação estima que serão necessários 22 meses para a limpeza da área, a preparação do terreno e a construção das unidades habitacionais.
Construído em 1953, o prédio hoje implodido abrigou uma indústria que teve, durante seu funcionamento, a maior parte da produção destinada à exportação. A Companhia Lanifício Alto da Boa Vista teve seu apogeu na década de 1970, quando empregou cerca de 1.400 trabalhadores. A empresa foi fundada pelo Comendador Levy Gasparian, industrial que morreu em 1972 e hoje dá nome a um município na região centro-sul fluminense.