Em Barueri, 18 pessoas apresentam problema de visão após cirurgia
Dezoito pessoas com mais de 60 anos apresentaram problemas no olho após um mutirão para catarata no Hospital Municipal de Barueri, na Grande São Paulo, ocorrido no dia 6 de agosto. A informação foi confirmada pela própria prefeitura da cidade.
Segundo a prefeitura, 18 de 20 pacientes que se submeteram à cirurgia estão sendo analisados para avaliar se poderão ficar cegos de um olho. Caso seja confirmado ou eles apresentem algum outro comprometimento no olho operado, os pacientes poderão ser encaminhados para um transplante de córnea. “Cabe ressaltar que estes pacientes estão sendo avaliados, e que, até o momento, apresentam quadro de baixa visão e não de cegueira como foi veiculado”, diz a prefeitura.
O órgão informou que os 18 pacientes começaram a apresentar dor intensa logo após o procedimento. Em 12 deles, o quadro evoluiu para síndrome tóxica do segmento anterior (Tass), uma complicação rara que pode ser causada por medicamentos, materiais cirúrgicos, talco de luvas ou lubrificante de lente, entre outros.
De acordo com a administração municipal, o médico responsável pelas cirurgias comunicou o episódio ocorrido ao hospital e aguarda a apuração dos fatos e laudos conclusivos do que possa ter levado aos problemas apresentados pelos pacientes que “poderão vir a ser acometidos de cegueira parcial, uma vez que só se opera um olho por vez”.
A Secretaria de Saúde de Barueri informou, por meio de nota, que está tomando “todas as providências cabíveis” para apurar o que ocasionou o problema. “É igualmente importante que fique claro que são muitas as variáveis que podem ter levado ao lamentável problema ocorrido, e que, por esta razão, é fundamental investigar todas as variáveis existentes, que vão desde problemas relacionados ao anestésico até o próprio material cirúrgico (como o pó encontrado nas luvas cirúrgicas), dentre outras”, informaram assessores da secretaria. De acordo com o órgão, todas as instâncias competentes já foram acionadas para investigar o caso.
A Pró-Saúde, que é uma Organização Social de Saúde (OSS) e administrava o hospital até o final de agosto, disse que uma sindicância interna foi instaurada e está sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde de Barueri. Segundo a organização, o Conselho Regional de Medicina irá avaliar a conduta do médico e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) irá analisar os medicamentos e materiais utilizados nas cirurgias.
A catarata é a alteração do cristalino, uma das principais lentes do olho, onde a imagem é focalizada. Com o envelhecimento, essa lente fica mais opaca provocando dificuldades para a chegada da luz à retina, fazendo a visão diminuir. A doença é mais comum a partir dos 60 anos.
Segundo o Ministério da Saúde, a cirurgia da catarata, que pode ser feita no Sistema Único de Saúde (SUS) e na rede particular, consiste em colocar uma lente, que é um novo cristalino artificial, como se fosse uma prótese no olho. O índice de recuperação satisfatória chega a 90% dos casos, informou o ministério em seu site.