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Chuva diminui incêndio no Parque Nacional da Serra dos Órgãos

Douglas Corrêa - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 20/10/2014 - 13:21
Rio de Janeiro

Uma chuva forte, entre as 22h de domingo (19) e as 5h da madrugada desta segunda-feira (20), ajudou a controlar as frentes de fogo de difícil acesso no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, na região serrana do Rio. Coordenador de Emergências Ambientais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Christian Berlinck informou "que os incêndios caminham para extinção, mas para afirmar que o fogo está controlado ainda são necessários sobrevoos nos horários mais quentes do dia". Conforme Berlinck, o próximo está previsto para as 15h.

A responsabilidade pelo combate ao fogo na Serra dos Órgãos é dos brigadistas do ICMBio e Ibama e já dura 13 dias. O trabalho envolveu 129 pessoas, entre equipes de apoio operacional e combatentes.

De acordo com o Ibama, estimativa consolidada no fim da tarde de domingo (19) indica que 1,55 mil hectares de área com vegetação nativa de Mata Atlântica foram atingidos pelo fogo no parque, em Petrópolis, Teresópolis e Guapimirim.

O Ibama informou, ainda, que ontem, antes da chuva, as equipes do ICMBio e Ibama enfrentaram um dos momentos mais críticos do combate ao fogo. O clima seco, quente e com ventos provocou o avanço do incêndio pelos campos de altitude, atingindo a travessia Petrópolis-Teresópolis, um dos cartões postais do parque.

As chamas foram controladas pelas brigadas federais na região do Portal de Hércules, a 2,1 mil metros de altitude. Se avançasse daquele ponto, o fogo chegaria ao Vale da Morte, onde há um remanescente de mata que abriga um dos últimos grupos de macacos muriquis da região serrana, entre outras espécies ameaçadas de extinção.

As perdas na região atingida pelo fogo na Serra dos Órgãos ainda são desconhecidas em termos de biodiversidade, porque se trata de um ecossistema rico em endemismo, com espécies da flora e da fauna que só existem no local.

O chefe do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Leandro Gullart, revelou que está se articulando com vários centros de pesquisa para começar a "estudar o impacto sofrido pelo ambiente, principalmente na travessia Petrópolis-Teresópolis, para avaliar a necessidade ou não de se fechar provisoriamente o acesso e permitir uma melhor regeneração da vegetação", avaliou.