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Evento marca 70 anos do envio de soldados brasileiros para a 2ª Guerra Mundial

Da Agência Brasil
Publicado em 31/10/2014 - 17:03
Rio de Janeiro

Evento celebra os 70 anos do envio das Forças Expedicionárias Brasileiras (FEB) à Itália e anuncia restauração do Monumento aos Pracinhas, no Aterro do Flamengo (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Evento no Monumento dos Pracinhas celebra os 70 anos do envio das Forças Expedicionárias Brasileiras (FEB) à ItáliaTânia Rêgo/Agência Brasil

Uma solenidade no Monumento Nacional aos Mortos da 2ª Guerra Mundial, conhecido como Monumento dos Pracinhas, no Aterro do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro, marcou hoje (31) os 70 anos do envio da Força Expedicionária Brasileira (FEB) à Itália. Durante a cerimônia, o diretor do monumento, coronel Rego Barros, informou que, a partir de hoje, o espaço passará por um grande processo de restauração, com previsão de término para 5 de novembro.

Conforme o coronel, esta será a primeira revitalização do monumento desde sua inauguração, há 54 anos. “Sempre realizamos trabalhos de conservação do patrimônio, mas é a primeira vez que será feita uma restauração dessa grandeza”, explicou. Barros informou que o trabalho consistirá na limpeza de todo o mármore que reveste o monumento. Salientou que uma empresa italiana utilizará máquinas especiais para não danificar o patrimônio durante o processo.

Durante a solenidade, o coronel Rego Barros inaugurou uma placa alusiva ao embarque dos 25,334 brasileiros para a Europa. Também foi depositada uma coroa de flores no túmulo do Soldado Desconhecido, que representa os militares que morreram em combate, mas não foram identificados.
Dálvaro José de Oliveira, de 94 anos, é tenente e fez parte da FEB. Ele ressaltou a importância do evento como resgate da memória de participação do país na 2ª Guerra. “Brasileiro têm memória curta. Aqui, muitas pessoas não sabem do envio da Força Expedicionária para a Itália durante a guerra. É importante manter a história viva. Espero que a população cultive isso”, ressaltou.

Emocionado, o tenente revelou que jamais retornou ao local dos combates após a guerra. “Estive na Europa depois desse período, mas não consigo ir a certos lugares da Itália. Sempre pensei que, chegando lá, não resistiria, porque as recordações são muito tristes”. Acrescentou que, após 70 anos, deve visitar, ano que vem, o local do desembarque para uma nova cerimônia em homenagem aos combatentes brasileiros.

Inaugurado em 1960, o Monumento dos Pracinhas foi idealizado pelo marechal João Baptista Mascarenhas de Moraes, comandante da FEB. O objetivo era repatriar os corpos dos 467 militares brasileiros mortos durante o combate e que foram sepultados em um cemitério da cidade italiana de Pistoia. Em novembro do ano passado, o monumento foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Aberto ao público, o local também conta com exposições e um auditório para exibição de filmes e documentários alusivos ao período.