Rio lança projeto para integrar empresas na exploração de petróleo e gás
O Rio de Janeiro deu hoje o primeiro passo para elaborar o Cluster de Subsea - projeto que vai reunir fabricantes de equipamentos submarinos e prestadores de serviços para exploração de óleo e gás no estado, que já conta com fornecedores mundiais. Entre eles a FMC Technologies, a GE Wellstream e a NOV, além dos centros de Pesquisa e Desenvolvimento da Halliburton, da Schlumberger e da Baker Hugues, no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Fundão, zona norte da cidade.
O projeto - uma parceria da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços (Sedeis), da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) - foi lançado na sede da Federação de Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), no centro do Rio.
A secretária de Desenvolvimento de Produção do MDIC, Heloisa Menezes, informou que o ministério vai investir R$ 800 mil e a Onip dará a contrapartida de R$ 320 mil. “O ministério entende as oportunidades presentes no Brasil, na área de petróleo e gás, não só como uma questão de energia, mas como uma oportunidade de política industrial e de desenvolvimento da indústria nacional, como fornecedora de bens, e da engenharia nacional, como fornecedora de serviços, e é também uma belíssima oportunidade de desenvolvimento tecnológico internalizado no país”, disse à Agência Brasil.
O projeto, com previsão de ser concluído em 18 meses, tem quatro metas. Na etapa inicial, as empresas do primeiro nível de suprimento da cadeia produtiva do setor vão participar da avaliação de como será o funcionamento do cluster (agregado de empresas com interesses semelhantes). “Em um primeiro momento vamos definir essa metodologia com eles. Como vamos considerar a cadeia de subfornecedores, se vai ter uma área definida para fornecedores ou não, serviços compartilhados de logística e de armazenagem. Vai ser definida a forma de fazer”, destacou o superintendente da Onip, Luiz Mendonça.
Para o titular da Sedeis, Júlio Bueno, o Rio de Janeiro tem condições favoráveis ao sucesso do projeto, como as empresas exploradoras de petróleo já instaladas no estado, centros de pesquisa, escolas e universidades para formação de pessoal. “É um projeto que tem tudo para dar certo. Na verdade, a virtude de a gente criar o Cluster Subsea é a possibilidade de criar um ambiente institucional que permita a identificação das oportunidades e dos gaps aqui no Rio. E mais, na história do conteúdo local, que é uma questão central na política industrial brasileira, em particular neste setor, a gente dá um passo muito importante”, disse.
De acordo com a Firjan, se o Rio de Janeiro fosse um país, seria o 19º maior produtor de petróleo do mundo. Conforme dados da ANP e da BP Statistical Review of World Energy de 2013, o estado é responsável por 72% da produção bruta de petróleo e 36% da produção bruta de gás natural. O diretor de Relações com o Mercado da Firjan, Alexandre dos Reis, destacou que, no ano passado, 110 mil profissionais se formaram em cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), dos quais 70% no setor de petróleo e gás.
O subsecretário de Energia, Logística e Desenvolvimento Industrial da Sedis, Marcelo Vertis, informou que o World Energy Outlook de 2013 estima investimentos de U$ 90 bilhões por ano, entre 2013 e 2035, no setor de energia no país, sendo que 71% seriam no segmento de óleo e gás. “São valores altíssimos de investimento, o que nos permite projetar uma série de ações que a gente pretende perseguir com o Cluster Subsea”, comentou.
A assinatura do convênio, que seria hoje, foi adiada. Segundo Heloiza Menezes, faltaram alguns documentos que estarão prontos em dez dias. “Está tudo certo. A chamada pública foi encerrada, e agora são somente trâmites burocráticos de documentos”, completou.