Atlas mostra progresso na redução das desigualdades, diz representante do Pnud
A melhora dos indicadores socioeconômicos das regiões metropolitanas brasileiras e a redução das disparidades entre o Norte e o Sul do país mostram progresso importante do país na redução das desigualdades, disse hoje (25) o representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) no Brasil, Jorge Chediek.
De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano nas Regiões Metropolitanas Brasileiras, entre 2000 e 2010, as disparidades entre as 16 regiões metropolitanas analisadas diminuíram e todas se encontram na faixa de alto desenvolvimento humano. A análise leva em conta o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM).
O atlas, divulgado hoje (25), é fruto de parceria entre o Pnud, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro.
Além das regiões metropolitanas, foram pesquisadas 9.825 unidades de Desenvolvimento Humano (UDHs), conceito próximo ao de bairros.
Chediek ressaltou que o Brasil é exemplo de país que tem reduzido a pobreza e a desigualdade com excelentes resultados. “O Brasil era um dos países mais desiguais do mundo. Ainda é um país muito desigual, mas os indicadores têm melhorado muito e há tendência de redução das desigualdades. Recomendamos a continuidade das políticas e um esforço de focalização naquelas áreas e populações que ainda precisam de apoio das políticas públicas e do emprego.”
O atlas considera o país um exemplo bem-sucedido na redução das vulnerabilidades. “Foram adotadas políticas anticíclicas eficientes, políticas públicas ativas de diminuição da desigualdade, de transferência de renda condicionada e de superação da pobreza e da pobreza extrema”, aponta a publicação.
Para o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri, o atlas mostra que ainda existem grandes disparidades no Brasil, mas que vêm caindo ao longo do tempo. “O grande salto foi em educação, que nos permite antecipar melhoras futuras”. Em 2000, a diferença entre os números do IDHM das regiões metropolitanas, com os melhores e piores desempenhos para a educação, era 43%. Em 2010, o índice caiu para 15,9%.
De acordo com o coordenador de Pesquisa da Fundação João Pinheiro, Olinto Nogueira, as maiores desigualdades estão dentro dos municípios e não entre os municípios. “Quando calculamos o IDHM dos municípios, vimos que vários dos nossos indicadores indicavam que estávamos captando só 30% das desigualdades brasileiras. As grandes desigualdades estavam dentro dos municípios.”
Durante a apresentação do atlas, o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea Marco Aurélio Costa destacou que as capitais ainda apresentam IDHM melhor que os municípios do entorno, mas a diferença entre elas e os demais municípios diminuiu. O entorno avançou mais do que o centro das regiões metropolitanas. “Os piores estão se aproximando dos melhores porque estão melhorando nos indicadores de educação. É mais fácil melhorar quando se está em um patamar muito baixo do que quando se atinge um determinado patamar. A disparidade está diminuindo”, explicou Nogueira.
O IDHM é um número que varia entre 0 e 1: quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano de um estado, município, de uma região metropolitana ou UDH. Para calcular o índice geral, três fatores são analisados: a expectativa de vida, a renda per capita e a educação.