logo Agência Brasil
Geral

Pesquisadores do Into querem desvendar perfil genético de atletas

Os cientistas vão estudar duas proteínas relacionadas à absorção de
Isabela Vieira – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 22/12/2014 - 16:19
Rio de Janeiro
Considerado o homem mais rápido mundo, o velocista jamaicano Usain Bolt, participou de uma corrida recreativa com cerca de 100 crianças do projeto Atleta do Futuro, do Sesi, na Praia do Leme (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
© Tânia Rêgo/Agência Brasil

Triatletas e maratonistas terão o perfil genético desvendado. Cientistas do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into) e do Instituto Nacional de Cardiologia (INC) querem entender quais componentes genéticos influenciam o alto rendimento de atletas em competições e identificar o potencial de cada pessoa para o esporte.

Considerado o homem mais rápido mundo, o velocista jamaicano Usain Bolt, participou de uma corrida recreativa com cerca de 100 crianças do projeto Atleta do Futuro, do Sesi, na Praia do Leme (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O velocista jamaicano Usain Bolt, durante

evento com crianças do projeto Atleta do

Futuro Tânia Rêgo/Arquivo Agência Brasil

Para isso, os pesquisadores vão estudar duas proteínas relacionadas à absorção de oxigênio pelo organismo: MCP1 e MCP2. Ambas têm a função de transportar o ácido piruvato, que age na transformação de partículas de glicose em combustível para o corpo, ou seja, fazem com que o atleta tire maior beneficio da respiração, gerando mais energia nos treinos.

Os especialistas acreditam que uma alteração genética no consumo de oxigênio pode explicar o alto desempenho de alguns, em comparação com os demais, mesmo quando submetidos ao mesmo treinamento, explica o coordenador do Laboratório de Pesquisa Neuromuscular e de Fisiologia do Esforço do Into, José Inácio Salles. “As proteínas que estudamos vão nos ajudar a identificar aquilo que caracteriza essa individualidade, as limitações e possibilidades das pessoas.”

Segundo Salles, o sucesso do estudo, caso a tese da mutação genética seja confirmada, poderá colaborar com o treinamento de corredores e triatletas, aumentando o potencial de cada um. “Essa era uma lacuna dentro do conhecimento referente ao metabolismo aeróbico”, completou o especialista.

Desde de meados do ano, especialistas fazem coleta de sangue e saliva, além de exames cardiorrespiratórios, em 60 atletas de alto e baixo rendimento, com, no mínimo, dois anos de treinamento sistemático e participação em provas – como corridas de 10 a 20 quilômetros e de triathlon (nadar, pedalar e correr). Os resultados da pesquisa saem em 2015.

Os atletas, que participam voluntariamente da pesquisa, foram identificados por treinadores que atuam na cidade do Rio de Janeiro.