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Passageiros relataram problemas na movimentação dos trens, diz delegado no Rio

Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 07/01/2015 - 11:12
Mesquita (RJ)

© 06 18:47:25
 Vítimas do acidente entre dois trens da Supervia que deixou mais de 150 feridos no Rio de Janeiro, ontem (05), prestam depoimento na 53 DP em Mesquita, na Baixada Fluminense (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Vítimas do acidente entre dois trens da SuperVia que deixou mais de 150 feridos no Rio de Janeiro, ontem (05), prestam depoimento na 53ª DP em Mesquita, na Baixada FluminenseTomaz Silva/Agência Brasil

A Polícia Civil já ouviu o depoimento de 130 passageiros dos trens que colidiram na noite de segunda-feira (5) em Mesquita, na Baixada Fluminense. Segundo o delegado responsável pelo caso, Matheus de Almeida, as vítimas relataram que os trens apresentavam problemas antes de chegar à Estação Juscelino, onde houve a colisão.

Os depoimentos dos passageiros contradizem o de Carlos Henrique da Silva França, maquinista da composição, atingida na parte traseira. “O maquinista falou que o trajeto da Central até a Estação Juscelino transcorreu em aparente normalidade. As vítimas relataram alguns problemas no trajeto: foi uma viagem um pouco mais demorada, com algumas paradas maiores nas estações e algumas entre as estações”, disse o delegado.

De acordo com Almeida, o maquinista ouvido ontem (6) deverá prestar depoimento novamente por causa das divergências entre ele e os passageiros. Já o maquinista da composição que se chocou contra o trem parado na estação e o coordenador do centro de operações da Supervia (empresa que administra os trens) devem prestar depoimento ainda hoje.

“O depoimento deles é fundamental para a gente ver se houve falha humana, falha de sinalização ou de comunicação entre o maquinista e o coordenador do centro”, acrescentou o delegado.

Além dos dois, mais de 40 passageiros estão na delegacia para ajudar nas investigações. É o caso da doméstica Ana Claudia Leite, que machucou o braço no acidente. “No hospital mesmo fui orientada a prestar depoimento. Ontem, já em casa, meu marido falou para eu vir, até porque eles precisam saber o que aconteceu”, disse a vítima.

Segundo Almeida, o inquérito apura lesão corporal, mas o resultado depende das perícias que foram feitas nos trens e no local do acidente.