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Reflorestamento é solução para salvar bacias hidrográficas do Rio

Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 18/02/2015 - 10:28
Rio de Janeiro
Os turistas que visitarem o Rio neste verão vão contar com uma nova atração: a visita guiada ao Parque Nacional da Tijuca. Na foto, Vista Chinesa, no Parque Nacional da Tijuca (Tomaz Silva/Agência Brasil)
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 a visita guiada ao Parque Nacional da Tijuca. Na foto, a Vista Chinesa (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Reflorestamento é solução para salvar bacias hidrográficas do RioTomaz Silva/Agência Brasil

Para preservar a água, o replantio de mudas é uma solução eficaz desde o século 19, no Rio de Janeiro. Diante da crise hídrica da época, o imperador Pedro II ordenou desapropriações na Floresta da Tijuca, onde hoje é Parque Nacional da Tijuca, devastado por plantações de café, e iniciou um amplo reflorestamento. A estratégia propiciou a recuperação natural da mata, que sofria com erosão e estava degradada, segundo a chefe do Laboratório de Geohidroecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ana Luiza Coelho Netto.

“Naquela época, o solo e as rochas não conseguiam armazenar tanta água, porque sem as florestas, a água acaba escoando na superfície do terreno, não entra no solo [vai para o mar]. Então, o nível de água subterrânea caiu muito, como nos dias de hoje”, lembrou a pesquisadora sobre a situação na floresta. Na época, a Corte e as comunidades em torno da Tijuca eram abastecidas por essas águas.

 a visita guiada ao Parque Nacional da Tijuca. Na foto, a Cascatinha Taunay, que integra o roteiro (Tomaz Silva/Agência Brasil)

A floresta filtra a água da chuva para o subsolo Tomaz Silva/Agência Brasil

Com as medidas do imperador, acrescentou, sem a pressão da ocupação urbana, a área se recuperou e hoje é um dos maiores parques urbanos do país, com opções de trilhas e visitas a cachoeiras.

De acordo com Ana Luiza, embora a Floresta da Tijuca não tenha condições de abastecer toda a população carioca, de mais de 6 milhões de habitantes, cumpre um papel importante no clima e na recarga dos lençóis freáticos. “A floresta ajuda a água da chuva a se infiltrar [no solo] e lança no ar. Ela bebe 20% da água da chuva e o resto devolve por meio das raízes.”

 

Diante de uma das maiores estiagens no estado, que baixou o nível dos reservatórios, a professora diz que a criação de corredores ecológicos – que facilitam o deslocamento de animais, a dispersão de sementes e aumento da cobertura vegetal – são fundamentais para a sustentabilidade das matas. Ela defende, ainda, a execução de projetos de reflorestamento comunitário, que podem empregar moradores de áreas em talude – plano de terreno inclinado que tem como função dar estabilidade a um aterro.

Para evitar a crise de desabastecimento, a Prefeitura do Rio de Janeiro criou um grupo de trabalho. O prefeito Eduardo Paes não descarta medidas para economia de água e energia.

Secretaria do Ambiente realiza operação de combate a crimes ambientais no entorno do Parque Estadual Pedra Branca. Ponto de captação irregular de água foi lacrado pelos fiscais (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Com a crise no abastecimento de água, prefeitura do Rio avalia medidas de combate a desperdíciosTânia Rêgo/Agência Brasil