Arquitetos defendem urbanização da Vila Autódromo no Rio de Janeiro

O Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento do Rio de Janeiro (IAB-RJ) divulgou hoje (25) nota em que repudia, “veementemente”, o decreto do prefeito Eduardo Paes, publicado no último dia 19, que transforma a Vila Autódromo, na zona oeste do Rio de Janeiro, em área de utilidade pública para fins de desapropriação.

“O Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento do Rio de Janeiro (IAB-RJ) já se posicionou diversas vezes a favor da urbanização da favela e de sua integração ao conjunto de mudanças que vem sendo implantado no âmbito das obras olímpicas”, diz a nota.

Como responsável pelo Concurso Parque Olímpico, a entidade lembrou ter premiado um projeto que declarava a opção pela manutenção da Vila Autódromo, como forma de respeitar a integração entre favela e cidade. Um grupo multidisciplinar, que envolvia o IAB-RJ e universidades públicas, além do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur), decidiu pela viabilidade da permanência da Vila Autódromo.

O IAB-RJ destacou ter participado, ainda, do júri da premiação internacional promovida pelo Banco da Alemanha (Deutsche Bank), a Urban Age, que definiu o projeto de resistência da Vila Autódromo, como uma manifestação de alta urbanidade.

De acordo com a nota, o IAB-RJ entende o projeto como um território de conflito, que envolve expressões de diferentes atores e agentes, em igualdade de condições, sobre suas expectativas em relação àquele local. “O papel do arquiteto é acomodar e articular essas diferentes expectativas de forma a construir um futuro mais inclusivo e pacífico para a cidade brasileira. Essa forma de encarar o projeto, que faz parte da tradição da rede do IAB em todo o país, claramente celebra a ampliação da democracia na cidade brasileira, única forma de construção de um Brasil mais justo”.

Devido aos Jogos Olímpicos na cidade do Rio de Janeiro, em 2016, resta pouco mais de 50 famílias do total de mais de 580 que moravam na comunidade de Vila Autódromo.