CNA e Senar querem proteger mil nascentes em áreas rurais até o fim do ano
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) lançaram hoje (22) o Programa Especial Proteção de Nascentes. A ideia é proteger, inicialmente, mil nascentes localizadas em áreas rurais do país até o fim deste ano.
A CNA lança o Programa Nacional de Proteção de Nascentes
O evento ocorreu no Parque Olhos D’água, usado por moradores da Asa Norte para caminhadas, corridas e ciclismo, e localizado a poucos quilômetros da Esplanada dos Ministérios. Os técnicos aproveitaram para mostrar às pessoas a importância da conservação das nascentes.
De acordo com o superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi, a primeira nascente do projeto foi protegida neste domingo – Dia Mundial da Água –, em uma região rural do Distrito Federal. Segundo ele, o processo é simples e inclui cinco passos: identificar a nascente, já que elas podem ser perenes ou temporárias, para que seja definido o melhor caminho para a sua proteção; cercar a nascente para impedir danos causados por animais, homens ou veículos; limpar a área, retirando materiais que possam contaminar ou obstruir o curso natural da água, como plástico, garrafas, restos de comida e plantas invasoras; controlar a erosão, impedindo que enxurradas soterrem a nascente ou que a exagerada compactação do solo impeça a infiltração da água; e replantar espécies nativas para garantir o sucesso da recuperação da área da nascente.
“A água é um insumo básico na produção de alimentos e, portanto, o projeto tem como foco os produtores”, explicou. “Mas a responsabilidade de proteger nascentes é de todos, não só dos produtores”, destacou Bruno Lucchi.
Para o assessor técnico da CNA, Nelson Ananias Filho, a iniciativa resgata a obrigação de toda a população de conservar o berço das águas de forma orientada. Ele lembrou que as nascentes são protegidas por lei e são necessárias para garantir a sustentabilidade da atividade rural no Brasil.
O Lago Paranoá foi palco de uma série de eventos como um abraço simbólico para o uso racional do local e de suas águas
“As nascentes têm um peso especial dentro das propriedades rurais, mas é preciso conscientizar e mostrar para as pessoas que elas não existem apenas na zona rural. Existem nascentes nas cidades, nas áreas urbanas, que também precisam ser protegidas”, destacou Nelson Ananias.
O Dia Mundial da Água foi marcado por uma série de eventos no Distrito Federal neste fim de semana, como coletas de lixo jogados em área pública e um abraço simbólico no Lago Paranoá.