Governo oferece fortificação alimentar para crianças de 6,8 mil creches públicas
![Antonio Cruz/Arquivo Agência Brasil creche](/sites/default/files/thumbnails/image/loading_v2.gif)
![A ministra de Desenvolvimento Social e Combate a fome, Tereza Campelo, durante coletiva sobre os dados do Pnad, divulgada pelo IBGE(Fábio Rodrigues Pozzebom /Agência Brasil)](/sites/default/files/atoms/image/930208-pnad_0971.jpg)
Tereza Campello: já nasceu a primeira geração de crianças sem fome
Os ministros da Saúde, Arthur Chioro, e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, lançaram hoje (2), em Niterói, região metropolitana do Rio, o programa NutriSUS, que oferece fortificação alimentar a mais de 6,8 mil creches públicas do país.
A iniciativa tem por objetivo reduzir a incidência de anemia e carências nutricionais na infância, principalmente no Nordeste, região que concentra dois terços das creches atendidas.
A ministra Tereza Campelo informou que o lançamento foi simbólico, porque o programa já estava sendo experimentado em 151 municípios "Não fizemos o lançamento de uma promessa. O NutriSUS já está ocorrendo e será ampliado a partir deste semestre. É uma ação concreta. As crianças brasileiras têm direito à alimentação pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae)", disse a ministra.
De acordo com a ministra, a fortificação coloca o Pnae em nova fase.
"Já nasceu a primeira geração de crianças livres da fome e que estão na escola. O Brasil saiu do mapa da fome, mas isso não é suficiente. Queremos nossas crianças sem anemia e crescendo. E o NutriSUS veio para complementar esse conjunto de ações", acrescentou a ministra.
Arthur Chioro afirmou que a ação vai além da redução da mortalidade infantil por desnutrição. "É fundamental para garantir o pleno desenvolvimento na infância, enfrentar a mortalidade infantil, as infecções, a desnutrição, a obesidade e, ainda, uma série de problemas de saúde da idade, por conta da anemia, da deficiência de ferro e de microorganismos."
![O ministro da Saúde, Arthur Chioro, anuncia um conjunto de medidas para o reajuste e regulação do mercado de medicamentos (Marcelo Camargo/Agência Brasil)](/sites/default/files/atoms/image/949192-saude_6.jpg)
Iniciativa é fundamental para enfrentar mortalidade infantil, diz Chioro
Ainda no primeiro semestre deste ano letivo, sachês com ferro, vitaminas, zinco e outros nutrientes serão adicionados à alimentação das creches selecionadas. Ao todo, 40 milhões de sachês devem ser comprados este ano, resultando em investimento de R$ 12,5 milhões.
Parceria com o Laboratório Farmacêutico da Marinha do Brasil permitirá a transferência da tecnologia de produção do sachê, que atualmente é importado. Durante 60 dias, os sachês serão misturados à refeição diária das crianças. Após pausa de quatro meses, a criança voltará a receber a forificação por mais 60 dias. Segundo o ministro da saúde, a suplementação não tem restrições: as crianças sem deficiência de nutrientes os eliminarão naturalmente, sem que haja prejuízos à saúde.
Para participar da iniciativa, os municípios precisaram se inscrever no Programa Saúde na Escola. Neste ano, são prioridade creches com pelo menos 95% de crianças com idade entre 6 meses e 4 anos e 10 meses. Outro critério é atender municípios do Norte e do Nordeste e creches do Sudeste, Sul e Centro-Oeste com ao menos 110 alunos na faixa etária priorizada.
De acordo com a última Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS), de 2006, 20,9% das crianças brasileiras com menos de 5 anos têm anemia. O percentual atinge 25,5% no Nordeste e 22,6% no Sudeste. No Norte, a taxa é 10,4%. Comunidades indígenas também estão no radar do programa, já que, conforme a pesquisa, a anemia nesses locais chegou a 50%.
A diretora adjunta da Unidade Municipal de Ensino Infantil Professora Odete Rosa da Mota, Viviane Evangelista, disse que as crianças não reclamam do gosto do suplemento. Segundo Viviane, quando a creche foi selecionada para o período experimental, iniciado em setembro de 2014, os pais foram informados e concordaram com o programa.
Para evitar desperdício dos nutrientes, os professores misturam o conteúdo do sachê nas primeiras colheres oferecidas às crianças. "Ainda não houve qualquer tipo de reação e todas as que iniciaram o programa estão recebendo [o fortificante]."
![LUSA/EPA/Ahmed Jallanzo/Proibida reprodução epa05102107 A Liberian boy sanitizes his hands in downtown Monrovia, Liberia, 14 January 2016. The biggest Ebola outbreak in history has ended after raging in West Africa for two years, the World Health Organization (WHO) declared 14 January 2016 in Geneva. The announcement by the UN health agency came 42 days after the last case was confirmed in Liberia, the final of three West African countries with active transmission of the virus. LUSA/EPA/Ahmed Jallanzo/Proibida reprodução](/sites/default/files/thumbnails/image/loading_v2.gif)