Manifestantes se concentram na Cinelândia para ato em defesa da Petrobras
Milhares de manifestantes estão reunidos na Cinelândia, centro do Rio, para onde foi convocado um ato em defesa da Petrobras e contra um possível pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Os manifestantes carregam muitas bandeiras da Petrobras, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e de centrais sindicais. Um carro de som está parado em frente à Câmara Municipal. Manifestantes chegam pela Avenida Rio Branco.
Presente ao ato, o presidente da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro, Wadih Damous, disse que veio para a manifestação na condição de cidadão comum, em defesa da Petrobras, o orgulho do povo brasileiro, e do Estado Democrático de Direito.
"As pessoas estão vindo aqui porque estão preocupadas com o que está acontecendo no país. Existe um cenário de intolerância política, existe um cenário com ingredientes de viés nitidamente golpista. Não é pelo fato de existir a figura do impeachment na Constituição da República que se pode sair por aí pedindo impeachment. Impeachment é algo muito específico, e a Constituição estabelece quais são os requisitos para se pedir impeachment. Não se vai à rua, como quem vai à praia, para pedir impeachment", afirmou Damous.
Ele destacou que, apesar de não ter vivido as manifestações de 1964, vê hoje muitos elementos parecidos com as condições que levaram o país a sofrer um golpe militar, período estudado pela Comissão da Verdade. "Sobretudo a atuação da imprensa. Matérias sensacionalistas, distorcidas", citou o advogado.
"O episódio do tal panelaço, que não foi panelaço coisíssima nenhuma, mostra que existe um cenário de intolerância e de tentativa de abreviar o mandato da atual presidenta da República. Então, isso tem que ser visto; há que se protestar contra isso. Há que se defender, sim, o combate à corrupção, mas que esse combate se dê dentro da lei e respeitando a Constituição", acrescentou.