Brasil precisa superar campeões para subir no quadro de medalhas
A menos de 500 dias do Jogos Paralímpicos de 2016, o Brasil avança nos preparativos com a meta ambiciosa de subir duas posições no quadro de medalhas e chegar ao grupo dos cinco países mais bem classificados no ranking das Paralimpíadas. Para superar potências como Estados Unidos e Austrália, a estratégia é preparar atletas que derrotem os campeões de modalidades que renderam medalhas no passado, reduzindo a vantagem dos adversários no quadro geral.
"É o que, no futebol, a gente chama de vitória de seis pontos. Vencer um adversário direto para ele deixar de ganhar e você pontuar", explica o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons.
Nas Paralimpíadas de Londres, o quadro de medalhas foi encabeçado pela China, que ficou com 95 de ouro. A Rússia veio em segundo lugar, com 36, seguida pelo anfitrião, Reino Unido, com 34, a Austrália, com 33, a Ucrânia, com 32, e os Estados Unidos, com 31. O Brasil teve seu melhor desempenho e conquistou o recorde de 21 medalhas de ouro, em sétimo lugar.
Os esportes que distribuem mais medalhas foram aqueles em que o Brasil mais ganhou nos últimos jogos, e também os que ele tem mais apostas para 2016. No atletismo, o Brasil ganhou sete medalhas de ouro em 2012, e agora tem 27 nomes entre os três primeiros de diversas modalidades. Na natação, foram nove medalhas de ouro em 2012, e atualmente nove atletas estão entre os três melhores de diferentes categorias.
"Estamos exatamente onde gostaríamos de estar nesse ponto da preparação para os jogos", disse Parsons. Ele adiantou que, neste ano, o Brasil terá o desafio de manter a primeira colocação nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, no Canadá, que serão disputados de 7 a 15 de agosto.
Os Jogos Paralímpicos de 2016 serão abertos no dia 7 de setembro e vão reunir 4.350 atletas durante 12 dias. Ao todo, 178 países estarão representados, e as competições serão em 23 modalidades. Duas delas estreantes: canoagem e triatlo. A participação feminina nos jogos deve crescer 10% em relação aos Jogos de Londres. Segundo o Comitê Rio 2016, haverá 12% mais competições envolvendo atletas mulheres.
Para a gerente de Integração dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, a ex-judoca Mariana Mello, as competições vão ajudar a mudar a percepção da sociedade sobre as pessoas com deficiência, porque a primeira coisa a chamar a atenção do público é a deficiência, mas logo a performance faz com que os torcedores se impressionem e admirem os atletas por suas conquistas. "Some a deficiência e aparece a eficiência", disse ela.