Ministério lança portal para desempregado buscar vagas pela internet
O Ministério do Trabalho e Emprego lançou hoje (8) o Portal Mais Emprego. A página disponibilizará as vagas existentes em todo o país no Sistema Nacional de Emprego (Sine), permitindo que trabalhadores pesquisem por ofertas e se candidatem a processos de seleção. Com a criação do portal, o ministério pretende facilitar o acesso às vagas sem que seja necessário se deslocar até uma agência.
O deslocamento até as agências e postos de empregos muitas vezes é uma dificuldade para quem está fora do mercado formal. Raiane Souza procura por uma vaga há oito meses. Além de pegar um ônibus, ela precisa caminhar até chegar à agência, no centro da capital federal. “Eu moro em São Sebastião [região administrativa do Distrito Federal a 30 quilômetros do Plano Piloto], então [o portal] já facilitaria muito." Para ela, que procura uma vaga como vendedora, trabalhar perto de casa seria o ideal.
Simone da Silva precisou pegar dois transportes para chegar até a Agência do Trabalhador, no centro de Brasília. “Se fosse pelo computador, seria mais fácil. Aqui tudo tem que andar. Então, fica mais difícil”, disse ela.
O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, destacou que, além de evitar a locomoção, o site possibilita um contato maior entre trabalhadores e empregadores. “Não tem mais que gastar para se locomover. O empregador vai ter condições de, junto com o empregado, tratar do seu contrato, condições de trabalho, o acerto que vai redundar na contratação.”
Para ter acesso ao portal, é preciso ter um cadastro. O empregador poderá escolher as vagas e selecionar o perfil da pessoa que pretende contratar, acessar currículos e se comunicar com as pessoas que se candidataram a ocupar a vaga ofertada. E o trabalhador poderá procurar opções próximas da localidade onde mora, enviar currículos e candidatar-se às vagas, além de ter acesso a outros serviços como acompanhar, por exemplo, o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Segundo o ministério, só no ano passado, mais de 6 milhões de pessoas estavam cadastradas à procura de emprego. Foram feitos cerca de 2,2 milhões de encaminhamentos e mais de 500 mil pessoas foram colocadas no mercado pelas agências. Apesar do site, os postos continuam funcionando e as vagas ainda podem ser procuradas nas agências do trabalhador.
No lançamento do portal, o ministro Manoel Dias comentou os números divulgados hoje pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre mercado de trabalho. Segundo a FGV, o indicador que mostra a opinião dos consumidores sobre a situação atual do mercado, piorou 6,9% e o que antecipa o comportamento do mercado de trabalho caiu 8,6%. A CNI divulgou pesquisa revelando que o Índice de Medo do Desemprego cresceu 32,1% em março em relação a dezembro de 2014.
Dias reconheceu que o país vive um momento de dificuldade e que ajustes estão sendo feitos. Por isso, ele disse que acredita no crescimento do país, assim como na criação de vagas de emprego. Ele lembrou que os dados do Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Caged) do mês de fevereiro não mostraram aumento do desemprego.
“Eu devo anunciar agora, no decorrer da primeira quinzena deste mês, o novo Caged ,e vamos esperar que ele não seja de desemprego. Eu tenho convicção de que as medidas do governo vão permitir que, já em meados do ano, possamos restabelecer a geração de novos postos de trabalho”, disse Dias.
O ministro também comentou o Projeto de Lei (PL) 4.330/04 que regulamenta a terceirização e está na pauta de votação da Câmara dos Deputados. Para ele, a terceirização é algo concreto e a falta de regulamentação gera insegurança jurídica.
Dias explicou que a lei visa a resolver uma questão concreta, "porque a terceirização existe". Para ele, não regulamentar a terceirização "implica insegurança jurídica tanto para empregadores quanto para trabalhadores. O Ministério do Trabalho tem tarefas importantes, como a fiscalização, e certamente vai agir nesse sentido para que a precarização decorrente dessa lei não venha acontecer.”