Ministro confia em liberação de Laboratório Brasileiro de Controle do Dopagem
O ministro do Esporte, George Hilton, acredita que a Agência Mundial Antidoping (World Anti-Doping Agency - Wada, na sigla em inglês) vai conceder credenciamento para o Laboratório Brasileiro de Controle do Dopagem, instalado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão, na zona norte do Rio. A decisão do Conselho de Fundadores da Wada será tomada na próxima quarta-feira (13), no Canadá. O ministro considera que este é um momento histórico para o Brasil.
“Estaremos defendo a necessidade não só do credenciamento, mas de rever um equilíbrio nos hemisférios, porque temos no Hemisfério Sul apenas dois laboratórios, um em Joanesburgo [África do Sul] e o outro em Sidney [Austrália]. O Brasil, portanto, será o terceiro no Hemisfério Sul e vai ter um a importância muito grande em toda a região. Vamos poder emprestar aos países do continente sul para que possam ser feitos esses testes”, analisou o ministro após visita ao laboratório.
O laboratório foi descredenciado em agosto de 2013 pela Wada por falhas nos exames de controle de dopagem. Depois disso, passou por uma reforma que custou ao Ministério do Esporte, segundo George Hilton, R$ 134 milhões. Atualmente uma equipe de 60 pessoas trabalha no local para que o laboratório volte a ter o credenciamento. “Temos a preocupação que não só os Jogos Olímpicos e Paralímpicos tenham toda a estrutura do que há de mais avançado em tecnologia em todas as áreas, mas que se estabeleça depois, no país, uma rede nacional de treinamentos com equipamentos sofisticados”, destacou o ministro.
George Hilton disse que a ideia do governo é que parte dos equipamentos seja também descentralizada para outras universidades do país. “Fará com que a gente tenha em todo país testes sendo feitos com atletas", explicou. "A gente vai ter sempre uma política de controle de dopagem sólida, muito bem fortalecida”, completou.
Na avaliação do ministro, a política nacional de controle de dopagem brasileira não terá a intenção de ser fiscalizadora ou policialesca, mas de despertar uma cultura nacional nos jovens de que é preciso praticar esportes sem o uso de anabolizantes.
George Hilton informou que se reuniu com o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, para elaborar o Sistema Nacional de Esporte, que, apesar de contar com ação de outros ministérios, terá o protagonismo das pastas do Esporte e da Educação. Entre as medidas analisadas está a política que começa da base, com educação física obrigatória em todas as escolas públicas, até o alto rendimento, incluindo a política de controle de dopagem, que no entendimento dele, é o braço forte de relação entre os dois ministérios.
“Os investimentos que o governo tem feito demonstram que há de uma forma muito clara um novo momento para a prática desportiva no nosso país. Percebo também que a gente começa a demonstrar que temos condições de fazer muitos outros eventos nacionais e internacionais. Esse ciclo virtuoso, que não se encerra no próximo ano, porque teremos ainda as Universíade em 2019, vai demandar cada vez mais que o nosso laboratório esteja sempre atualizado, esteja sempre objetivando um futuro muito promissor na política de antidopagem”, ressaltou.
O ministro do Esporte adiantou que a decisão do local onde ocorrerão as Universíade será anunciada no dia 19. George Hilton explicou que, como o governo do Distrito Federal demonstrou que não tem condições para sediar a competição, há possibilidade de que a edição brasileira ocorra em Minas Gerais ou no Rio de Janeiro, que, segundo ele, já tem uma estrutura herdada, tanto dos Jogos Pan-Americanos como dos Olímpicos e Paralímpicos. “O mais importante é manter a Universíade aqui. Vamos anunciar porque temos que ir até Lausanne para confirmar isso. Até o dia 19 vamos ter uma posição sobre a cidade definida das Universíade”, disse.