Polícia prende quadrilha de agiotas no Rio
A Polícia Civil prendeu hoje (14) 19 integrantes de uma quadrilha que agia em diversas regiões do Rio de Janeiro, cometendo crimes de agiotagem, extorsão e associação criminosa. Dois policiais militares e um fuzileiro naval que faziam a segurança do líder do grupo e do transporte de valores foram presos na ação. Só na região da Tijuca, na zona norte, o grupo lucrava R$ 6 milhões de reais por ano.
Foram expedidos pela Justiça 51 mandados de prisão contra integrantes do grupo. Ao todo, foram cumpridos 15 mandados de prisão, três prisões em flagrante e um policial militar se entregou à polícia. Com os presos, os policiais apreenderam uma grande quantidade de dinheiro ainda não contabilizada, armas e anotações de cobranças, cheques e cartões de crédito das vítimas.
De acordo com o delegado titular da 19ª Delegacia Policial da Tijuca, Deoclécio Assis, responsável pela investigação, a quadrilha agia há cerca de 14 anos ns região central da capital fluminense, Méier, Tijuca, Baixada Fluminense, Niterói e São Gonçalo.
"Temos a impressão de que, hoje, a gente conseguiu dar um golpe duro nessa organização, que já está bem mapeada e identificada, e vamos continuar identificando outras pessoas. Outros processos virão porque são várias extorsões e a gente espera limpar esse tipo de prática criminosa", contou o delegado.
Parte do grupo já havia sido preso em 2011 e, após conseguir a liberdade, voltou a praticar esse mesmo tipo de crime. "Eles concediam um empréstimo de R$ 500, e a pessoa pagava em dez parcelas de R$ 300. Era um juro exorbitante. Eles não davam comprovante de quitação de pagamento. Depois de 2011, esse pagamento passou a ser feito em depósitos bancários em contas de pessoas que eles indicavam", explicou Assis.
Segundo o policial, após o pagamento total do valor, um integrante do grupo entrava em contato com a vítima dois anos depois, e dizia que a dívida não tinha sido paga, que faltava uma parcela, e o pagamento de juros. E que a pessoa teria de pagar tudo novamente.
O delegado explicou como a quadrilha agia, pressionando a vítima. "Eles passavam a ameaçar a pessoa e os parentes dela até que eles pagassem a dívida, que já estava quitada, outra vez, coagindo os parentes. Depois de dois anos faziam tudo novamente. Era um ciclo vicioso que não parava", explicou.
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