Chioro descarta vacina contra a dengue para o próximo verão
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse hoje (10) não estar animado com a proposta de vacina contra a dengue apresentada pela empresa Sanofir Pasteur. Segundo ele, a dose tem eficácia de apenas 62%, e a taxa de prevenção de casos graves está entre 83% e 84%.
"Não nos anima. Essa é a opinião técnica do ministro. Tenho todo o direito de fazer uma avaliação preliminar", disse. "Não me sinto estimulado", completou Chioro ao avaliar como mais promissoras propostas de vacina contra a dengue em fases mais iniciais de testes.
Em audiência pública no Senado, o ministro classificou de absolutamente infundadas as informações de que o país terá uma vacina contra a dengue disponível já para o próximo verão. "Prometer uma vacina que não chegará só desarma a população", argumentou.
Chioro lembrou que nenhum dos laboratórios que desenvolvem vacinas contra a dengue tem capacidade de produção para dar conta da demanda. "Só vamos incorporar ao SUS [Sistema Único de Saúde] uma vacina efetiva, segura e que tenha um custo capaz de ser sustentado", afirmou Arthur Chioro.
Outro problema avaliado pelo ministro é que a vacina da Sanofir Pasteur, se aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), exige a aplicação de três doses ao longo do período de um ano para imunizar a população contra a dengue e não poderá ser usada em crianças e idosos.
A Sanofi Pasteur informou à Agência Brasil que a vacina desenvolvida pelo laboratório tem eficácia de 95% na redução de casos graves de dengue, que são as formas que podem levar o paciente à morte.
Segundo a Sanofi Pasteur, os testes foram feitos com sucesso em pessoas de dois a 60 anos de idade. O laboratório destacou que quem decidirá o grupo que poderá ser vacinado é a agência reguladora, no caso a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A vacina da Sanofi foi a primeira no mundo a ter os estudos concluídos. Desde março, o laboratório entrou com pedido de registro na Anvisa para poder comercializar a vacina no país.
Se o registro for concedido, a vacina poderá ser vendida no mercado privado. Além disso, o Ministério da Saúde já adiantou que, se o registro for concedido, analisará tecnicamente o interesse de fornecer a vacina pela rede pública.
Segundo a Sanofi, estudos científicos mostraram que para atingir níveis ideais de anticorpos contra os quatro sorotipos da doença, a vacina precisa ser aplicada em três doses, assim como ocorre com a vacina contra o HPV e a hepatita B. Segundo o laboratório a vacina já demonstra níveis de eficácia na primeira dose.
* Matéria atualizada às 17h20 para acréscimo de informações