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Médica alerta para importância da triagem neonatal

O teste é gratuito e deve ser feito entre o segundo e o quinto dia de
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 06/06/2015 - 10:31
Rio de Janeiro
Criança
© Marcello Casal/Arquivo/Agência Brasil

A triagem neonatal, mais conhecida como Teste do Pezinho, é considerada fundamental pela médica geneticista Renata Zlot, da Associação Carioca de Assistência à Mucoviscidose – Fibrose Cística (Acam-RJ). Ela explica que os exames vão detectar se a criança tem alguma doença. O Dia Nacional da Triagem Neonatal é comemorado neste sábado (6). O teste é gratuito e pode ser feito em qualquer posto de saúde ou unidade da rede pública.

Segundo a médica, o teste em si não é um diagnóstico. “É um exame de triagem e, se vier positivo, o paciente é encaminhado para serviços especializados, quando será confirmado se ele tem ou não a doença”. Daí a importância de o exame ser feito da forma adequada, entre o terceiro e o quinto dia de vida da criança. “Algumas dessas doenças são muito graves e têm tratamento”.

O procedimento é feito por meio da coleta de gotinhas de sangue no calcanhar do bebê e detecta doenças congênitas, sendo a maioria de causas genéticas, que são potencialmente graves e podem causar lesões irreversíveis na criança, por exemplo, o atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. “O tratamento tem que ser iniciado cedo para não dar repercussões”.

Renata Zlot disse, ainda, que o hipotireoidismo congênito e a fenilcetonúria, por exemplo, que deram início à triagem neonatal, provocam retardo mental grave.

"Se a medicação começar a ser dada no primeiro ou segundo mês de vida, a criança vai ser normal, sem nenhum retardo. Vai ser uma pessoa produtiva, que vai crescer, ter filhos, um adulto normal”, explica. Ela acrescentou, porém, que isso só é possível se a doença for detectada precocemente e tiver o tratamento adequado.

A médica geneticista argumentou que se os pais deixam para fazer a triagem aos cinco meses de vida do filho pode ser tarde demais. Ela reiterou que o ideal é fazer o teste do pezinho entre o terceiro e o quinto dia de vida útil. Nessa faixa etária, a criança já está amamentando no peito, condição para a detecção de algumas doenças, como a fibrose cística, ainda não muito conhecida por todos os pediatras.

A fibrose cística é uma doença genética em que está alterada uma proteína que regula o canal de cloro. “O canal de cloro não funcionando, ou funcionando pouco, acaba que a secreção fica muito espessa. O paciente tem tosse crônica, infecções de repetição (sinusite, pneumonia), não consegue absorver bem os alimentos. Por isso, são pacientes que têm muita diarreia, são desnutridos, têm baixa estatura. É uma doença muito grave, que pode levar ao óbito ainda criança.”

As doenças que são dectadas na triagem, no Rio de Janeiro, são falciforme e hemoglobinopatias, fenilcetonúria, hiperplasia adrenal congênita, hipotireoidismo congênito e fibrose cística (mucoviscidose) e deficiência de biotinidase. O programa de triagem neonatal do Brasil segue diretrizes internacionais.